Hoje, 17 de outubro se comemora o Dia Internacional da Erradicação da Pobreza. Esse é um dos objetivos da agenda 2030 da ONU, que em 2000 se comprometeu a reduzir significativamente a extrema pobreza no mundo. Sendo assim, até o ano de 2015, houve uma redução drástica. O Debate Super Sábado dessa semana recebeu o sociólogo Alexandre Malman para conversar sobre o assunto.
“A grande questão hoje é que a gente já tinha conseguido sair da mapa da fome no Brasil. E infelizmente nos últimos anos e na pandemia, ultrapassamos 4% da população brasileira – 7 milhões de pessoas – em situação precária”, afirmou o sociólogo.
Ainda, de acordo com Alexandre, o principal motivo para essa situação é o comportamento humano. Para ele, o começo da erradicação da fome se inicia com a conscientização das pessoas de que é necessário uma distribuição de renda maior, um equilíbrio de formação da sociedade.
“A produção de elementos hoje utiliza muito de água, outros insumos que acabam prejudicando a distribuição no final para as pessoas em geral. No Brasil produzimos muito, mas produzimos muita soja que vai para o consumo do gado e não dos humanos”, salientou.
O quarto ponto importante explicado por Malman está no desperdício desses alimentos. A saber, 30% dos alimentos produzidos hoje no Brasil são jogados fora. A maioria deles, ainda em bom estado para consumo.
Números da fome no Brasil
No Brasil, em 2001 tinham mais de 11% da população passando fome, cerca de 20 milhões de pessoas. Já em 2013, esse número diminuiu para 2%. Alexandre acredita que em 10 anos – meta estabelecida pela ONU – é possível erradicar a fome, mas antes de mais nada, é preciso realizar o desafio da mentalização.
“Nós precisamos mudar muito a mentalidade. Os mais afetados com isso são as crianças, porque a cada dois que morrem no Brasil, uma é por fome. Se você ver alguém que está passando por isso [fome] e não sabe de onde isso vem, procure uma ONG, busque por pessoas que façam diferença”, finalizou.
Ouça a entrevista na íntegra a partir do minuto 38:05
Mariana Dias é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação. em parceria com IPHAC e a Unialfa, sob supervisão do jornalista Johann Germano
