O período de estiagem em Goiás aumenta o número de queimadas e provoca dados ao meio ambiente e a saúde da população. Mas não é só no nosso estado que as queimadas tem causado dados.

Dados do Instituto de Pesquisas Espaciais mostram que 2020 já é pior ano e o pior setembro da história do Pantanal em números de focos de queimadas. Pouca vegetação resistiu por onde o fogo já passou: 33% da área do Pantanal em Mato Grosso viraram cinzas. 

Na Amazônia não é diferente, o monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra um aumento de 11% no número de focos de queimada na Amazônia do início do ano até 14 de setembro em comparação com o mesmo período do ano passado. Dos 64.498 pontos de calor identificados na região em 2020, 49.792 ocorreram em agosto e setembro.

No Tom Maior desta sexta-feira (18), a professora da Universidade Federal de Goiás e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ciência do Fogo (NEPEF), Noely Ribeiro, falou sobre os dados que as queimadas podem causar ao meio ambiente.

“Uma das consequências que podemos vir a ter e a perda da biodiversidade, isso é extremamente preocupante. Nós estamos vendo nos noticiários algumas espécies que estão sendo muito prejudicadas. Uma outra coisa que estamos começando a estudar e temos muito receios, é a questão da segurança hídrica. Porque se perde a vegetação que está na superfície do solo, não se consegue ter a infiltração que teria se tivesse aquela cobertura vegetal original”, destacou.

Embora o Brasil preserve 66,5% de cobertura vegetal nativa, de acordo com o Projeto MapBiomas, o país perdeu 87 milhões de hectares de vegetação nativa desde 1985, considerando áreas que foram desmatadas e nunca recuperadas. 

Noely Ribeiro também ressaltou os problemas causado pela inalação da fumaça gerada pelas queimadas.

“É bastante prejudicial principalmente se levarmos em conta o nosso cenário atual, em relação a Covid-19. Porque naturalmente nessa época do ano existe um aumento de infecções respiratórias e com a pandemia temos muito receio de aumentar bastante a requisição por leitos hospitalares, isso é muito preocupante”, afirmou.

A professora ainda alertou sobre a necessidade de conscientização em massa da população e com uma linguagem de fácil compreensão, para evitar que moradores coloquem fogo em lixo e terrenos baldios ou até mesmo atirem bitucas de cigarro em rodovias. Atitudes como essas podem provocar grandes incêndios.

Assista na íntegra a entrevista com a professora Noely Ribeiro no Tom Maior