Há mais de quatro anos Felipe Borges Feitoza, 21, levou um tiro na cabeça por engano. Nesta terça-feira (15), a partir das 8h30, os acusados da tentativa de homicídio do estudante, Fabrício Freitas Pacheco, 25, e Júlio César Gonçalves, 28, serão julgados no 2° Tribunal do Júri em Goiânia. Os réus, primários, aguardam o julgamento em liberdade.

Felipe Feitoza ficou oito dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 15 internado, devido a bala ter acertado o lado direito de seu cérebro. Após a data do crime, a vida do estudante foi totalmente modificada. De acordo com Telma Regina Feitoza, mãe de Felipe, a parte esquerda do corpo do filho ficou paralisada e não há grandes possibilidades de reverter o quadro. Telma conta que a parte neurológica afetada prejudicou o raciocínio de Felipe, que tem dificuldades para estudar. Além de tomar anticonvulsivo, Felipe também faz terapias no Centro de Reabilitação e Readaptação Henrique Santillo (Crer).

Em relação às campanhas realizadas para pedir justiça e às páginas em redes sociais, a informação do Tribunal de Justiça de Goiás é de que o juiz não permitirá a entrada de faixas, camisetas e imagens dentro do plenário do júri popular que façam referências à condenação ou absolvição dos acusados.

O crime
Por volta das 22h de 12 de julho de 2009, Felipe saía do cinema de um shopping em Goiânia e esperava seu pai em um ponto de ônibus na Avenida T-10, próximo ao Parque Vaca Brava. Um carro, que transportava sete pessoas, parou em frente o Felipe e Fabrício atirou. Segundo o Ministério Público (MP-GO), Júlio havia se envolvido em uma briga em uma festa no Setor Bueno. Felipe foi confundido com outra pessoa e acabou levando o tiro.