Comissão Mista extraordinária (Maykon Cardoso)
Deputados da base do governo se manifestaram contra a agilidade com que começaram a tramitar nove projetos do executivo na Assembleia Legislativa. Todos foram lidos em plenário e, em menos de duas horas, reapresentados na Comissão Mista com relatórios pela aprovação.
Entre as pautas estão mudanças no estatuto dos servidores públicos, privatizações, novo modelo de incentivos fiscais (Pró-Goiás), fim do uso de depósitos judiciais, entre outras.
Deputados aliados como Vinícius Cirqueira (PROS), Karlos Cabral (PDT), Major Araújo (PSL) e Humberto Teófilo (PSL) se manifestaram na reunião contra a “falta de transparência” e ironizaram a agilidade do relator de seis dos projetos, Álvaro Guimarães (DEM).
Ao todo, foram relatados em poucos minutos nove projetos – dois por Tião Caroço (PSDB), um por Chico KGL (DEM) e seis por Álvaro Guimarães (DEM). Todos com pedido de vistas coletivas aos presentes na reunião Comissão Mista. Os protestos da base governistas foram iniciados pelo deputado Vinícius Cirqueira (PROS). “Esse Regimento Interno da Casa é uma vergonha, o projeto chega hoje, relata, já vai pedir vistas, porque não temos chance de olhar o que está sendo votado”, reclamou.
Na sequência, Karlos Cabral (PDT) lembrou do trabalho de comissão interna na Alego que analisou a reforma do Regimento Interno e propôs mudanças que poderiam dar menos celeridade na aprovação de matérias na Comissão Mista. “Estou a três mandatos, uma matéria chega não é lido e já volta relatado, uma coisa absurda que só acontece no estado de Goiás”.
Relator da maior parte das matérias devolvidas ontem, Álvaro Guimarães respondeu às críticas. “Muitos anos que estamos cumprindo religiosamente o Regimento Interno dessa Casa, por isso existe o pedido de vista, todos saberão dar sua opinião sobre aquilo relatado por nós, com certeza, vamos discutir todos os projetos. Nós temos poucos dias para poder votar nessas matérias”.
Já o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB), confirmou que as alterações no Regimento Interno estão prontas, mas que só serão votadas em 2020. “A Comissão se reuniu por várias vezes, esse Regimento apresentado tem uma proposta muito ampla, ele precisa ser mais discutida”, disse. “Nós precisamos fazer algumas mudanças no Regimento da Casa, dar celeridade a algumas coisas e tirar de outras, isso está previsto na proposta de reforma”.