Em resposta a uma matéria divulgada em um veículo de comunicação de Goiás, que afirma que Carlinhos Cachoeira articulou uma reunião entre o procurador-geral de Justiça Benedito Torres Neto, irmão do senador Demóstenes Torres e vereadores de Goiânia. Benedito divulga nota de esclarecimento, leia na íntegra:

Em relação a outros trechos de escutas telefônicas relativos à Operação Monte Carlo, com a intenção de evitar que se forme opinião embasada em diálogos imprecisos, partindo de terceiros, mas que podem afetar a imagem do Ministério Público de Goiás, o procurador-geral de Justiça Benedito Torres Neto declara o seguinte:

“Fui convidado pelo meu irmão, Demóstenes Torres, senador, para tomar um café da manhã na casa dele. Não sabia que haveria vereadores participando do mesmo café da manhã e, se soubesse, provavelmente não teria comparecido. De lembrança, estavam presentes os vereadores Elias Vaz, Santana e outro que não me recordo. O evento foi rápido, e me lembro de que informalmente foi discutido um assunto que vinha sendo noticiado pela mídia, referente às suspeitas de irregularidades em uma área, envolvendo uma concessionária de veículos de Goiânia e o Município. Me restringi a dizer que este assunto deveria ser tratado no Ministério Público, afinal, era de possível interesse institucional. Não obstante, dei o mesmo andamento que dou a toda demanda do gênero que vier ao meu conhecimento, ou seja, repassei à promotoria de Execução da área de patrimônio público para análise. Naquele dia, ao final do café, chamei a atenção do meu irmão para que não mais aproveitasse um café da manhã para tratar de questões de possível interesse do MP, o que de fato nao mais ocorreu. Por fim, quero destacar que, como todo o resto do País, eu também desconhecia possíveis outras intenções ou interesses por parte do senador, mesmo sendo meu irmão.”

Registre-se, neste sentido, que o próprio diálogo reproduzido na edição de hoje (1º/05) de um jornal de Goiânia informa que Carlos Cachoeira só iria ao encontro do Senador após a minha saída.

Declaro, novamente, que nunca encontrei ou tive qualquer diálogo com o senhor Carlos Cachoeira e que solicitei investigação ao Conselho Nacional do Ministério Público sobre todos os fatos envolvendo o Ministério Público de Goiás citados nos diálogos interceptados. Minha administração está aberta a qualquer órgão de imprensa ou de fiscalização. Ademais, registro que os 345 membros do Ministério Público de Goiás têm autonomia e independência funcional para repelir possível ingerência em sua atuação”.