A denúncia da ocorrência de injúria racial no jogo Vila Nova 0x3 Brusque precisa ser investigada e mais do que isto, apurada, com punição para quem estiver cometendo crime.

A assessora de imprensa da equipe de Santa Catarina, Lara Vantzen Kempfer publicou em suas redes sociais, com o jogo em andamento, que ouviu o dirigente vilanovense Vinícius Marinari se dirigir ao jogado Jéferson Renan, com injúria racial. Jéferson Renan estava caído no gramado após receber uma falta e de acordo com a assessora ela ouviu quando Marinari gritou: “Levanta Macaco”.

O curioso é que pela falta de público nos estádios todos os sons e gritos são ouvidos pela maioria dos presentes, mas neste caso nem o árbitro que apitou o jogo, Diego Pombo Lopes, nem o delegado da partida, Adalberto Grecco, nem o próprio jogador que teria sido vítima da injúria racial ouviram o achincalhamento. Os demais presentes no estádio: jogadores em campo, pessoal do banco de reservas, diretores das duas equipes, membros da imprensa esportiva, árbitros auxiliares – ninguém confirmou ter ouvido as palavra injuriosas que a assessora de imprensa do Brusque diz que ouviu.

Nada é mais repugnante (nojento mesmo) do que manifestação preconceituosa e a racial está entre as mais condenáveis. Não pode, sob nenhum argumento, ser aceita. Tanto que o mundo está mobilizado contra este tipo de ato, considerado crime na maioria das nações.

Mas é preciso também ver um outro lado, o da denúncia vazia de verdade – crime de Calúnia e Difamação.

E Não tem como ter duas verdades nesta história. Vinícius Marinari afirma que não proferiu tais palavras, rememorando inclusive que o Vila Nova Futebol Clube é uma das equipes esportivas que estão presentes na campanha contra o racismo, expondo em um dos seus uniformes os dizeres “vida negras importam”.

Lara Vantzen Kempfer assegura ter ouvido a expressão. É de se estranhar também que a assessora de imprensa ao invés de procurar o policiamento do estádio, comandado pelo tenente PM, Ernane, para denunciar o fato, no possível momento em que ouviu a expressão, tenha ido direto para as redes sociais dela, publicar a denúncia.

Após o jogo, Jeferson Renan procurou o árbitro para contar sobre o caso. Foi indagado pelo árbitro se havia ouvido as palavras injuriosas e respondeu que não, apenas foi informado pela assessora. Como já disse, ninguém mais presente no estádio confirmou ter ouvido a injúria racial no xingamento do dirigente do Vila Nova.

Com a denúncia em mãos, o comandante do policiamento encaminhou as partes envolvidas para a Central de Flagrantes da Polícia Civil, no setor Cidade Jardim em Goiânia, onde foram ouvidos e, mais uma vez, apenas Lara Vantzen sustentou que ouviu as injúrias. Por falta de provas o flagrante não foi lavrado.

O caso foi encaminhado para 9º Distrito Policial, onde o delegado Washington da Conseição cuida da investigação. Ele espera fechar o caso em 15 dias e precisa ser conclusivo. Se Marinari realmente cometeu injúria racial precisa ser punido com todo rigor da lei. Se Lara Vantzen Kempfer estiver caluniando, também precisa ser punida com rigor, pois além de estar expondo o dirigente e o clube, estará banalizando uma das mais sérias campanhas que o mundo está realizando para varrer do meio humano a discriminação racial.