“Rei morto, rei posto” diz o ditado secular e o Ney Franco já faz parte da história do Goiás. Embora o tenha como ótimo profissional, não fui surpreendido com sua demissão. Ele abusou do direito de errar no jogo contra a fraca equipe do Fortaleza, quando o Goiás perdeu o jogo em casa pelo placar de 3×1.

Antes disto o Ney já havia cometido alguns erros que deixam consequências para as finanças do Clube: indicou a contratação de vários jogadores que não servem para o Goiás. Eles terão de ser desligados e para tal receber seus direitos pecuniários, e para o lugar deles outros terão de ser contratados, ou seja, mais gastos.

Junto com o Ney Franco o Goiás também demitiu o gestor de futebol Túlio Lustosa. Figura do bem, pessoa séria, Túlio cometeu um erro que a diretoria não perdoou, não gerenciou o departamento de futebol, tanto que o Ney Franco teve liberdade para indicar jogadores de baixa qualidade técnica, fazer trabalho de campo ineficiente e até de escalar mal o time, sem ser cobrado, questionado ou chamado à razão pelo gestor do setor do futebol.

Para o lugar do Túlio o Goiás já anunciou o retorno do ex-goleiro e ídolo da torcida Harlei Menezes, que na primeira passagem não teve minha avaliação positiva para a indicação. Quem acompanhou deve estar lembrado que argumentei imaturidade do Harlei para a função. Hoje já o considero maduro, pois teve tempo de sobra para observar o mercado do futebol e as relações extra-campo entre clubes, diretoria, atletas e comissão técnica.

Desta vez apoio 100% a indicação do Harlei: já amadureceu, conhece o Goiás como poucos, tem amor verdadeiro pelo Clube e é um sujeito competente naquilo que se propõe fazer.

Quanto ao substituto do Ney Franco, o Goiás está no mercado. Três nomes foram colocados como possibilidades: Alberto Valentim, Zé Ricardo e Jair Ventura. O Clube abriu negociação com o Alberto Valentim e houve manifestações de torcedores e até de alguns colegas da crônica esportiva que torcem pelo Goiás, contrárias à indicação.

Com a reação, sobretudo nas redes sociais, o Goiás desistiu e está procurando por outro nome. Na minha opinião, dos três nomes citados, o do Alberto Valentim era o melhor.
Neste clima o Goiás chega para o clássico de sábado (22) contra o Atlético e terá como assinante da súmula na condição de treinador, Glauber Ramos. Ele é auxiliar técnico da categoria juniores do Clube – o técnico é Augusto Cesar, que na verdade vai comandar a equipe. É que Glauber tem a documentação exigida pela CBF, para assinar a súmula e o Augusto não.

A dispensa do Ney Franco agitou o ambiente no Goiás, mas isto não torna o Goiás presa mais fácil para o Atlético no clássico. O Goiás com certeza entrará melhor escalado e os jogadores vão querer dar uma resposta aos torcedores e diretores, provando que têm condições de ficar no Goiás para o Campeonato Brasileiro e isto é um fator dificultador para o Dragão.

Apesar deste porém, o Atlético tem melhores condições para vencer o jogo, mas o técnico Vagner Mancini não pode continuar errando como fez no empate em casa, diante do Sport Recife, em 1×1, e na derrota fora de casa para o Internacional por 3×0.

Se o Atlético perder o jogo, penso que Vagner Mancini embarcará no mesmo trem em que entrou Ney Franco: perde o emprego.