O debate em torno do Campeonato Goiano desde ano está a todo vapor. A competição foi paralisada quando faltavam duas rodadas para o encerramento da primeira fase, que já definiria os oito clubes que seguiriam para as outras fases e as quatro que ficariam fora, além das duas equipes rebaixadas. A justificativa foi a chegada da pandemia em Goiás. É bom lembrar que naquele momento o estado tinha três casos confirmados da doença e em pessoas que acabavam de retornar do exterior. As duas rodadas seriam realizadas entre quinta-feira e domingo, ou seja, em mais quatro dias.
O governador autorizou a realização dos jogos, desde que não houvesse a presença de público nos estádios e que houvesse a testagem prévia nos jogadores. Só que a FGF suspendeu a competição. Desta forma, as 12 equipes ainda estão envolvidas na situação, sendo que a maioria das equipes do interior desmontaram os elencos assim que a paralisação foi anunciada.
Quando a CBF anunciou o início do Campeonato Brasileiro para 8 de agosto, várias federações já cuidaram de retomar seus campeonatos regionais, mas a FGF não adotou a medida. Existiam alguns entraves, sobretudo os decretos do governo estadual para o controle da pandemia, que colocavam em dúvida a possibilidade da autorização para a realização dos jogos ser suspensa a qualquer momento e por isto foi mesmo a melhor escolha.
Nesta semana o presidente da FGF, André Luiz Pitta anunciou que a competição será finalizada no campo, embora não descarte a possibilidade de anular o campeonato. O presidente afirmou que todas as cartas estão na mesa, mas já deu a primeira ideia para que a competição seja retomada no final do ano, pois as equipes do interior já montariam os elencos para o campeonato de 2021, que começaria logo depois da decisão do deste ano.
Esta ideia é boa para os clubes do interior, mas é ruim para os três times goianienses que vão disputar o Campeonato Brasileiro: Atlético e Goiás (Série A) e Vila Nova (Série C). O momento proposto pela FGF para a disputa do Goianão, coincide com a fase final do Brasileiro, quando as decisões de quem cai para a Série B do ano quem vem, quem fica na A, quem se classifica para as disputas da Copa Sul-Americana e Copa Libertadores da América, quem sobe da Série C para a B e quem vai da C pra D, além de estabelecer os campeões e vices.
Os três clubes goianienses estarão neste contexto e teriam de jogar por duas competições, sobrecarregando o elenco com excesso de jogos em curto espaço de tempo. André Pitta foi muito coerente, falando sobre o assunto, com o colega André Isac, da PUC TV: “Logicamente que não vamos atrapalhar os clubes goianos no Campeonato Brasileiro. É apenas uma ideia, mas todas as cartas estão na mesa”.
Veio do meu querido colega aqui do Sistema Sagres de Comunicação, José Carlos Lopes, uma grande cartada: a competição seria retomada em novembro, com a realização das duas rodadas que restam para finalizar a primeira etapa. Assim ficariam definidos os clubes que caem para a divisão de acesso para 2021 e as oito equipes classificadas para as outras fases. Após o final do Brasileiro, antes de iniciar o campeonato regional do ano que vem, os oitos clubes que ficaram fazem as outras partidas pelo restante da competição. Esta me parece a melhor escolha.