A Federação Goiana de Futebol (FGF) consultou os quatro clubes da Capital para saber do interesse das diretorias em participar de uma competição regional, antes do início do Campeonato Brasileiro e esta iniciativa é elogiável. Ao anunciar a possibilidade, a FGF mostra preocupação com o desempenho dos times goianos nas Séries A, C e D, já que não teremos nenhum representante na Série B. A consulta será estendida ao Goianésia e ao CRAC. Atlético, Goiás, Vila Nova e Goiânia já sinalizaram que concordam. Se as duas equipes do interior também se interessarem teremos um torneio com seis times; caso um só se interesse, com cinco; e se nenhum quiser disputar, ocorrerá um quadrangular entre as equipes da Capital.


Esta competição não tem nenhuma ligação com a sequência do Campeonato Goiano 2020, interrompido faltando duas rodadas para terminar a primeira fase. Este assunto ainda continua em estudo, já que as equipes do interior que não tinham calendário certo para o restante do ano, desfizeram os elencos, assim que o campeonato foi paralisado, pois ninguém podia prever quando seria o retorno e nem mesmo se a disputa retornaria. A paralisação do Campeonato Goiano se deu em função da chegada ao Estado, da pandemia provocada pelo coronavírus.


O torneio proposto pela FGF é extraoficial, terá uma taça em disputa, não terá a presença de público, vai exigir o cumprimento do protocolo de seguranças editado pela CBF e que os clubes que já retornaram aos treinamentos estão cumprindo, e os que quiserem voltar terão de cumprir obrigatoriamente. No futebol há uma fenômeno chamado ritmo de jogo, que difere da movimentação dos treinamentos diários. Nos treinamentos diários os jogadores titulares enfrentam os reservas e não há competitividade, mas preparação para ela. A competitividade ocorre nos jogos e o ritmo é outro, com marcação mais severa, a estratégia de jogo do adversário tendo de ser neutralizada e superada, para se conseguir a vitória.

A CBF já disse que o Campeonato Brasileiro 2020 será disputado e ninguém precisa duvidar disto, pois não se trata simplesmente de promover os jogos… uma competição nacional é bem mais. Por trás da realização das partidas está a logística financeira, com contratos milionários com patrocinadores e com a rede de televisão que adquiriu o direito de transmissão de jogos e, se comprou, tem que receber o que foi comprado.

Com toda esta mobilização organizacional obrigando a realização das competições, não precisa ninguém duvidar que o Brasileiro vai acontecer e em todas as séries. Deve começar após 20 de julho e até lá os clubes estão se preparando para participação. Na preparação é necessário que o time ganhe ritmo de jogo e é justamente aí que entra a boa iniciativa da FGF de promover os jogos entre os goianos, pois dará a cada uma das equipes a oportunidade de enquadramento tático, teste com jogadores em funções diferentes e entrosamento para os novos contratados.

Particularmente vejo outra grande virtude na realização desta competição: o retorno das transmissões esportivas, pois já não suporto mais domingos inteiros lendo, ouvindo música, pesquisando na internet, teclando no celular, assistindo séries ou reprises de jogos e programas televisivos. Para fugir disto tudo, sobra acompanhar as lives – que se tornaram moda com o advento da pandemia. Tem lives boas, mas tem cada porcaria também que é de roer as unhas dos dedos dos pés. Quem está passando por isto sabe o quanto é cansativo e chato.