O montante é aplicado na saúde em razão das doenças provocadas pela carência de saneamento básico, ligada direramente a contaminação da água. No Brasil, a incidência de internações por doenças relacionadas à falta de tratamento adequado atinge a marca de 12,36 casos para cada 10 mil habitantes.

Nesse sentido, segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), tais internações demandam um valor aproximado de R$ 99 milhões aos cofres públicos, referente ao ano de 2017.

Contexto

De acordo com professora da Universidade de São Paulo (USP), Giovana Tommaso, é necessário que o país atinja a universalização da coleta e do tratamento de esgoto. Ações dependentes, sobretudo, da consolidação de políticas públicas efetivas.

“Cuidar da água, elemento que permeia todas as formas de vida, é condição primordial para que nossa existência seja garantida”, ressalta a pesquisadora.

Desse modo, segundo Tommaso, a situação já pode ser entendida como urgente. Além disso,s investimentos em saneamento e pesquisas são insuficientes para resolver a problemática. Assim, populações vulneráveis convivem com problemas da ordem de saúde pública e ambiental.

Transformação

Segundo dados do relatório construído pela Comissão de Meio Ambiente do Srnado Federal, o Brasil enfrenta grandes níveis de desigualdades regionais no acesso ao saneamento básico.

Ainda segundo o documento, há mais de 1,5 mil “lixões” a céu aberto, além de 4 milhões de pessoas que não possuem acesso a banheiros.

Nesse contexto, segundo Giovana Tommaso, uma via possível é apostar em novas formas de utilização da matéria orgânica proveniente dos esgotos domésticos e agroindustriais como geradores de lucro. Um exemplo disso é a produção continuada do biogás, que pode ser convertido em energia elétrica.

Ela explica ainda que outras transformações podem ser colocadas em ação, como uso do esgoto industrial como fonte de produção para ácidos orgânicos, usados posteriormente na construção de bioplásticos.

*Com informações do Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU): ODS 6 – Água limpa e saneamento.

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