Setembro bateu recorde de temperaturas para o período por todo o país. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Brasil teve o mês de setembro mais quente desde 1961, ano em que começou a medição histórica por parte do Órgão pertencente ao Ministério da Agricultura e Pecuária.
Conforme dados do Inmet, a temperatura média observada para o período foi de 25,9 ºC, superando o ano de 2023, com 25,8ºC, e que tinha sido o mais quente até então. Para se ter uma ideia, a média histórica para o mês de setembro é de 24,2ºC, ou seja, uma variação de 1,7 ºC.
Ainda de acordo com informações do Instituto, os maiores valores médios ocorreram nas Regiões Norte e Nordeste, ultrapassando os 28ºC. As mais amenas, por outro lado, são da Região Sul, com valores inferiores a 20ºC, com exceção do norte do Paraná. Já nas regiões centro-norte do país, as temperaturas médias foram superiores a 24ºC.
Grande parte do Brasil apresentou desvios de temperatura média, registrando valores de 2 a 3ºC acima da média para o mês de setembro. A expectativa do INMET é de que o ano de 2024 seja um dos cinco mais quentes da história no país.
Ondas de calor e baixa umidade
Na passagem de setembro para outubro, o Brasil registrou sua oitava onda de calor em 2024. Como reflexo, várias cidades, principalmente da região Centro Oeste, bateram recorde de temperatura na medição histórica. As medições do INMET apontaram para inúmeros municípios que ultrapassaram a barreira dos 40ºC, entre eles algumas capitais como Goiânia e Cuiabá.
Junto das altas temperaturas, outra questão climática assolou boa parte dos brasileiros, a baixa umidade. Cidades como Brasília, Goiânia e Belo Horizonte também bateram recordes de dias seguidos sem chuvas. A capital federal, por exemplo, ficou 167 dias sem registro de precipitações.
A baixa umidade, uma realidade já conhecida por boa parte dos Estados que compõem o cerrado, chegou a ficar em níveis inferiores a 10%. Esse número é menor do que os registrados em áreas de desertos como o Saara, na África.
Seca nos rios
Entre as consequências das baixas umidades e poucas chuvas, os Rios da Amazônia e do Pantanal enfreteram secas históricas, chegando aos menores níveis de água já registrados.
O Rio Paraguai, principal bacia do Pantanal, registrou menor nível em 124 anos, entrando em situação de alerta. Segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o nível de água chegou a ficar 62 centímetros negativos no município de Ladário. As medições, que são feitas de maneira automáticas a cada 15 minutos, são monitoradas pela Agência Nacional de Águas (ANAS).
O Rio Solimões é outro curso hídrico a sofrer por conta da seca severa. Assim como o Rio Paraguai, o afluente do Rio Amazônia também registrou seus piores níveis dos últimos 120 anos.
Em Tabatinga, o Solimões foi medido em 4,25 metros abaixo da média para a primeira quinzena de setembro.
“Nós nunca tínhamos visto, desde o início do monitoramento, uma seca tão extensa e intensa quanto essa. Víamos regiões isoladas sofrerem com os ciclos de seca, mas, dessa vez, é generalizado. Isso é um problema maior para o país enfrentar”, disse Ana Paula Cunha, pesquisadora do monitoramento de secas do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden).
Como fica o mês de outubro
Conforme noticiado pelo sagresonline, algumas regiões do Brasil devem ter o retorno gradual das chuvas durante o mês de outubro. Outras regiões, por outro lado, ainda irão sofrer mais um tempo com as secas.
Segundo dados do INMET, em regiões do Norte e Nordeste, como Belém (PA), Salvador (BA), e Manaus (AM), precipitações isoladas estão previstas, enquanto no Rio de Janeiro (RJ), a máxima deve atingir 26ºC com ventos fracos e céu nublado, mas sem chuvas significativas.
A partir de outubro, espera-se que o tempo seco predomine em várias capitais, como São Paulo (SP). Na capital paulista, as temperaturas devem oscilar entre 27ºC e 31ºC. Já em Belo Horizonte (MG), máximas de 33ºC, com névoa seca e ventos moderados ao longo da semana.
Previsão por regiões
- Sul e Sudeste: Precipitações acima da média são esperadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e partes de São Paulo. O sul de Minas Gerais também deve receber chuvas significativas na segunda quinzena de outubro.
- Centro-Oeste e Norte: As chuvas serão menos frequentes, especialmente em Mato Grosso, Goiás, e norte do Amazonas. A média de precipitação nessas áreas ficará abaixo do esperado.
- Nordeste: As chuvas devem retornar ao litoral, mas o interior do Nordeste segue com precipitação abaixo da média.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima
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