O governador Ronaldo Caiado (DEM) não participou na tarde de ontem da cerimônia de lançamento do Programa de Autorizações Ferroviárias, o Pro Trilhos, criado para alavancar a concessão de autorizações ferroviárias no país. A presença do democrata estava prevista na agenda, assim como na reunião do Fórum Nacional de Governadores, mas foi cancelada depois da repercussão de novas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos estados sobre a gasolina.
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A relação entre Caiado e Bolsonaro já vinha em processo de distanciamento nas últimas semanas, o que ficou visível inclusive durante a visita do presidente a Goiânia na última semana. Agora, o afastamento ficou ainda maior, depois das críticas diretas de Bolsonaro ao goiano sobre o aumento do preço dos combustíveis, durante conversa com apoiadores na última terça-feira (31). “Não é baixar (o ICMS). É fixar, como manda a constituição, uma emenda constitucional de 2001, um valor fixo do ICMS. Tem dois governadores, não vou falar o nome, que estão mentindo falando que eu estou mentindo. Eles é que estão mentindo”, disse Bolsonaro.
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O presidente ainda faz referência direta a Caiado: “Um aqui do Centro-Oeste, fala grosso o cara, diz que está 32% o preço fixo, mas ele não fala que o 32% é em cima do valor total na bomba e tinha que ser em cima do preço da usina, da refinaria”. O índice de aplicação do ICMS sobre a gasolina em Goiás é, na verdade de 30%. Em outra referência ao discurso do governador, Bolsonaro reconhece: “Eu sei que prefeitos e governadores têm dificuldade com a arrecadação, sei disso. Tem passivos, dívidas, mas vamos falar a verdade, pô!”.

Embate recente
No início da semana, Bolsonaro retomava a entrega de culpa pela alta no preço da gasolina aos governadores, acusando “ganância” dos gestores estaduais. Caiado rebateu pelas redes sociais e apontou que a cobrança de ICMS sobre a gasolina não muda no estado desde 2016 e disse que não cumpriu a promessa de reduzir o índice cobrado por conta da crise financeira e dívidas bilionárias encontradas na gestão a partir de 2019.
#TBT
Em postagem com a hashtag, o ex-ministro Alexandre Baldy rememorou momento ao lado do prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (ainda no MDB), quando da liberação de R$ 300 milhões em recursos federais para a obra do Linhão para transposição de água do Sistema Mauro Borges para a cidade. Fez questão de elogiar o pré-candidato da oposição em Goiás pela “excelente gestão”.

Resposta
O PP alternou aproximação e afastamento da base do governador Ronaldo Caiado (DEM) e, em momento atual de maior proximidade, não descarta conversas com a oposição. Em resposta, também pelo twitter, Mendanha agradeceu o “empenho” de Baldy na “luta pela universalização do saneamento básico”. O prefeito agradeceu ainda “à Saneago pela execução da obra”.
Dia comum
O secretário de Segurança Pública de Goiás (SSP), Rodney Miranda, nega qualquer possibilidade de adesão da Polícia Militar do estado às manifestações convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro para o dia 7 de setembro, próxima terça-feira. Segundo ele, “não há nenhum tipo de planejamento. Tocaremos nossa agenda como se fosse um dia qualquer”.
Participação
O comando da PM, no entanto, não desconsidera a possibilidade de que muitos policiais, que estejam de folga e à paisana, possam participar das manifestações em apoio ao presidente.

Crise institucional
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, afirmou ontem que as manifestações na próxima terça-feira (7) fazem parte do direito à liberdade de expressão dos brasileiros. No entanto, o ministro disse que espera que tudo seja feito partindo dos princípios de responsabilidade cívica e respeito institucional.
Determinação
Diante da insistência de servidores em desrespeitar o regimento da Câmara Municipal de Goiânia e descumprir o uso de máscaras de proteção, a direção da Casa realiza estudo juridicamente sobre possível multa a quem desrespeitar as regras.

De novo
A medida é considerada por conta da grande quantidade de servidores que persistem em não utilizar a máscara tanto pelos corredores da Câmara, quanto dentro do plenário. Na última terça-feira (31) a sessão chegou a ser suspensa para que visitantes na galeria e a vereadora Gabriela Rodart (DC) colocassem a máscara.