Foto: Sabbá Nogueira

O governador Ronaldo Caiado (DEM) criticou a determinação expedida por auditores fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho em Goiás (SRTE-GO) de interdição do Hospital Materno Infantil (HMI), considerando-a “midiática” e “irresponsável”. “É tão inconsequente, que fico imaginando qual é o cuidado que essas pessoas têm com a vida de dezenas de crianças em estado grave. Chega a ser criminoso. É preciso que se entenda que não é possível criar uma equipe especializada para tratar de cada criança daquela, recém-nascida, num estado de tamanha gravidade. Dispersar dez pacientes em cada leito de um hospital A, B, C ou D é algo que eu qualifico como absurdo. Não há equipes, não há pessoas suficientes. Estamos tratando de vidas”, indignou-se, em entrevista nesta quinta-feira (2) à rádio Vinha.

Nesta quarta-feira (1º) a SES informou que vai recorrer contra a decisão. Em entrevista à Sagres nesta quinta-feira (2), o secretário Ismael Alexandrino que o fechamento da unidade é mais prejudicial à população e que imaginava, que antes do termo de interdição, fosse feito apontamento dos problemas e determinado os dias para adequações. Segundo ele, a medida não é “razoável” e considera a interdição como um “veneno”.

Caiado vai impetrar ação cautelar pedindo a nulidade do termo de interdição do Materno, e enumerou as medidas que já estão sendo aplicadas para garantir melhorias aos funcionários e pacientes, bem como ampliar a capacidade de atendimento. “Coloquei um engenheiro do Corpo de Bombeiros lá para fazer um trabalho emergencial e tentar contornar todas as dificuldades. Já leiloei carros de luxo de ex-governadores para comprar medicamentos. E consegui junto ao Governo Federal algo inédito, em 90 dias, trouxemos aporte financeiro para inaugurar uma ala do Hugol com 55 leitos e colocá-la para funcionar no mesmo dia”, apontou.

O governador também argumentou que a medida, se aceita pela Justiça, pode acarretar na demissão de cerca de 1.200 funcionários, e que vem apontando o estado calamitoso do Materno Infantil desde o dia de sua posse. “Eu vou colocar esses funcionários do Materno Infantil onde? E como? Estive lá mais de seis vezes, me dedico integralmente. E o Estado sequer foi notificado. A notificação foi feita pela mídia. Esta pessoa, no mínimo, deveria ter procurado a Superintendência, ou o secretário, buscado uma saída conjunta e apresentado também alternativas”, queixou-se.

O democrata afirmou ainda que o governo trabalha para a construção de um novo Materno Infantil, mas reiterou que isso requer tempo. “Estou buscando várias fundações e convênios para construção de um novo hospital, mesmo no quadro em que se encontra o Estado de Goiás, totalmente inviabilizado. Nós estamos superando as dificuldades com todos os amigos. As pessoas estão dando as mãos para nos ajudar. Mas ninguém tem o dom de, de um dia para noite, transformar tudo em um Estado que vive em calamidade financeira. Goiás hoje está bloqueado no Tesouro Nacional”, comentou.

Leia mais

Ministério Público Federal em Goiás defende interdição do Materno Infantil