Depois de ocupar o primeiro lugar em janeiro de 2020, o governador Ronaldo Caiado obteve apenas o oitavo lugar no Índice de Popularidade Digital (IPD) no ranking com os governadores elaborado pelo Quaest Consultoria & Pesquisa. O primeiro colocado é o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), com 61,87 pontos. Caiado recebeu apenas 29,99 pontos, atrás dos governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), e do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), com 29,42 e 29,10 respectivamente.

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Em segundo lugar no IPD divulgado no início de junho está governador do Ceará, Camilo Santana (PT), com 53,11 pontos; seguido do governador da Bahia, Rui Costa, com 44,38. O quarto colocado é o governador do Maranhão, Flávio Dino, do PC do B, (39,51), seguido de Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul (39,51). Os governadores de Rondônia, Antônio Denarium (37,39) e Romeu Zema, de Minas Gerais, (34,97) aparecem em sexto e sétimo lugares respectivamente. O IPD varia de 0 a 100 pontos e quanto mais próximo de 100 mais popular.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assumiu a popularidade digital entre os políticos nacionais, de acordo com o último levantamento divulgado no sábado.

Oposição a Bolsonaro
Caiado assumiu a liderança do IPD em janeiro de 2020, depois de o governador João Dória perder liderança do ranking. A queda do paulista coincidiu com o momento em que o tucano passou a deixar mais claro seu distanciamento em relação ao presidente Jair Bolsonaro. Em junho, Doria havia defendido publicamente ser contra alinhamento automático com Bolsonaro. No ano seguinte a crise provocada pela pandemia de coronavírus, incluindo a falta de vacina, alavancou a popularidade virtual dos governadores de oposição a Bolsonaro, como Doria e Flávio Dino, enquanto fez cair o índice em relação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O IPD de Caiado que era de 62,13 em fevereiro deste ano, caiu para 40,61 em março e para 32,37 em abril, chegando aos atuais 29,99. Os primeiros lugares entre os top 10 foram ocupados pelos governadores que lideraram ações políticos em defesa da vacinação, contra o uso de remédio ineficazes contra a covid-19, caso do governador paulista, o principal antagonista de Bolsonaro e que possibilitou o início da imunização da população brasileira contra o coronavírus com a Coronavac, fabricada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Em entrevista à Sagres nesta terça-feira (15), o diretor do Quaest, o cientista político, Felipe Nunes, observou que dos 10 governadores que lideram o ranking, seis são oposição a Bolsonaro. “A maior parte dos governadores com popularidade digital são governadores contrários ao presidente e isso faz todo sentido na lógica da política. Para se livrar da crítica em relação à vacinação, Bolsonaro joga para prefeitos e governadores a responsabilidade do que está acontecendo. Os governadores que mais apoiam Bolsonaro nesse sentido ocupam posições altas, pensando nos 27, mas menos relevantes”, disse.

Para o cientista político, Dória é o principal exemplo dessa realidade. Em lado oposto encontra-se o governador goiano. Aliado de Bolsonaro, ele evitou se manifestar nessa polêmica a respeito do atraso da vacinação e da opção do governo federal por tratamentos ineficazes e perdeu visibilidade na internet.

O IPD avalia o desempenho de personalidades da política nacional nas plataformas Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Wikipedia e Google. São monitoradas seis dimensões nas redes: fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamento das postagens), valência (reações positivas e negativas às postagens), presença (número de redes sociais em que a pessoa está ativa) e interesse (volume de buscas no Google, YouTube e Wikipedia).