O secretário de Cultura de Goiás, Adriano Baldy, foi exonerado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) nesta terça-feira (26). A decisão foi publicada no suplemento especial do Diário Oficial do Estado (DOE). Adriano é irmão de Alexandre Baldy, presidente regional do Progressistas (PP) e secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo.

A exoneração ocorre no dia em que Alexandre Baldy cobrou em entrevista ao jornal O POPULAR apoio do governador à candidatura do deputado federal Arthur Lira (PP) à presidência da Câmara dos Deputados. Em três momentos Baldy enfatizou que Caiado tinha que se posicionar a favor de Lira.

“Eu creio que em Goiás, o governador Ronaldo Caiado tem que ser claro no apoio ao Arthur Lira, por ser o candidato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), assim como aqueles que são aliados do governo federal têm e deverão apoiá-lo. Afinal, está claro que esse é o candidato do governo”, afirmou na entrevista.

Em outro momento, Baldy disse que Caiado está na mesma situação que ele. “Tenho uma grande relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia [DEM], mas ele não é o candidato. O candidato hoje é Arthur Lira, que é do meu partido, e o Baleia Rossi. E o governador, como aliado do presidente da República tem que se posicionar, assim como todas as bancadas que são aliadas do Bolsonaro. Os seguidores do presidente vão cobrar esse apoio”, reforçou ao jornal.

Caiado ofereceu jantar aos dois candidatos à Câmara Federal, mas não chegou a manifestar apoio a algum deles. Acompanhado de parte da bancada federal goiana, Lira esteve no Palácio das Esmeraldas em 12 de janeiro. No dia 20, foi a vez do jantar à Baleia Rossi (MDB). O governador evitou se manifestar porque a candidatura do emedebista tem apoio de Rodrigo Maia, seu aliado político, e Lira, do presidente Bolsonaro.

O atrito ocorre quando o PP e o governador articulavam a ampliação do espaço para o partido no governo. Além da Secretaria de Cultura, havia a possibilidade de o grupo ficar com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social (SEDS), hoje com a ex-senadora Lúcia Vânia. Com a exoneração, o PP fica sem secretaria e isso pode gerar implicações à reforma administrativa organizada por Caiado para ampliar seu leque de alianças partidárias para sua reeleição, em 2022. Pode ter reflexos também na relação política de Caiado com o presidente Bolsonaro.