Sagres em OFF
Rubens Salomão

Caiado retoma luta ruralista e pede prazo de dois anos para justificar taxa do agro

O governador Ronaldo Caiado (UB) enfrentou público insatisfeito em Rio Verde nesta segunda-feira (27), durante a abertura da Tecnoshow Comigo, e voltou a defender a taxa do agro. Produtores rurais e representantes de diferentes setores do agronegócio prometiam repetir as vaias ao gestor, como ocorreu na edição de 2022 da feira. Naquela oportunidade, o evento contou com a presença do então presidente, Jair Bolsonaro (PL). Na prática, os presentes focaram no conteúdo do discurso de Caiado, que foi recheado de afagos ao setor.

Caiado retomou falas contra invasões de terras, anunciou redução da taxa de juros para tomada de recursos pela agroindústria junto ao Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e aproveitou contexto favorável construído pelos discursos anteriores de aliados. Sobre o ponto de maior insatisfação, o governador buscou ser enfático a utilização prática dos recursos proveniente da taxa do agro, que abastecem o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra).

Caiado observou o ritmo de crescimento do Mato Grosso, que também cobra taxa do agro, e garantiu: “Nós não vamos ficar atrás. Vocês podem ter certeza disso. Agora, me deem dois anos de prazo. Me deem dois anos de prazo e vocês vão ver as nossas rodovias e como o dinheiro do produtor rural foi aplicado”. Caiado reforçou o pedido de voto de confiança e lembrou da luta ruralista de 1986. “Dê esse prazo a quem tem uma vida na defesa do setor rural, quem tinha coragem de enfrentar quando ninguém tinha coragem”.

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Foto: Ronaldo Caiado discurso na abertura da Tecnoshow Comigo 2023. (Crédito: SECOM)

Pela história

Caiado citou o crescimento da bancada ruralista desde quando ele chegou à Câmara Federal e as lutas pela propriedade privada na Constituição Federal de 1988. “Eu remei e não foi em mar calmo. Essa é a realidade que construí durante 36 anos”. E completou: “não julgue apenas um gesto, me julguem pela minha história”, disse par rebater críticas à taxa do agro.

Fim de candidaturas

“Então, não façam pré-julgamentos. Vejam de que maneira se governa o estado. Vocês podem ter certeza que eu encerro minhas candidaturas pelo estado de Goiás no final do meu mandato, mas encerro de cabeça erguida. Continuarei circulando por todos os lugares do estado de Goiás e do Brasil e, modéstia parte, sendo respeitado”, finalizou.

Taxa do agro

O governador conduziu, em Rio Verde, a primeira reunião do Conselho Gestor do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra). Ele reforçou aos membros a autonomia do órgão e garantiu que “o que for decidido pelos produtores, será licitado”. “Do lado do Estado não há interesse em saber se é obra A, B ou C, porque o fundo foi criado com arrecadação de vocês”, disse.

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Foto: Governador em primeira reunião do Conselho Gestor do Fundeinfra, em Rio Verde. (Crédito: SECOM)

Formalidade

“A escolha dos empreendimentos não parte do governador. Ao Estado caberá ser o órgão normatizador, cumpridor das regras do Tribunal de Contas do Estado (TCE), apresentando os gastos que foram autorizados”, garantiu Caiado.

Opções

No primeiro encontro do Conselho, os membros receberam mapa com as rodovias consideradas prioritárias por produtores e representantes. “Em abril, eles vão apresentar novas propostas ou convalidar essas para que a gente dê andamento nos projetos e que rapidamente possamos fazer a licitação”, contou Caiado.

Previsão

Duas rodovias podem ter com obras a partir de recurso do Fundeinfra, a depender da decisão do Conselho Gestor. Pavimentação da GO-401, entre Rio Verde e Quirinópolis, e asfaltamento da GO-174, de Aparecida de Rio Doce até o entroncamento com a BR-364. O Fundo arrecadou R$ 215 milhões, desde janeiro, e deve chegar a pelo menos R$ 1,1 bilhão até o fim do ano.

(Crédito: Wesley Costa/Divulgação)

Cidadania

A primeira-dama de Goiás, Maria das Graças Landim de Carvalho Caiado, Gracinha Caiado, receberá hoje o título de cidadã goianiense, na Câmara Municipal de Goiânia. O autor do projeto é o vereador Paulo Magalhães (UB). A sessão terá condução do presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota).

História

Caiado e Gracinha se conheceram em reunião da União Democrática Ruralista (UDR), em 1986, entidade da qual já foi diretora. Ele se casaram em 1990 e têm duas filhas. Gracinha Caiado é natural de Feira de Santana (BA), é advogada e produtora rural.

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Foto: Integrantes do MST ocupam latifúndio no município de Hidrolândia, em Goiás. (Crédito: MST-GO)

Reforma agrária

Também na abertura da Tecnoshow Comigo, em Rio Verde, o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), tratou as invasões de terras a propriedades improdutivas, de manifestantes que buscam reforma agrária, como caso de polícia.

Segurança pública

“Nós podemos dizer que não vamos aceitar e nem teremos invasões nas propriedades porque o Poder Legislativo e o governador Ronaldo Caiado irão atuar juntos. Hoje o nosso estado é o número um no combate à criminalidade e assim seguiremos”, discursou.

Foto: Plenário da Alego deve votar nesta terça-feira (28) projeto que altera Código Tributário. (Crédito: Alego)

Em plenário

A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) vota hoje projeto do governo que altera o Código Tributário do Estado de Goiás (CTE). A proposta estabelece limite para as multas isoladas aplicadas por ausência de documentação, em inadimplência de ICMS.

Controle

A ideia é evitar “desproporcionalidade no valor da multa”, segundo justificativa da Secretaria de Economia. A ausência de um limitador “pode acarretar a imposição de multas em valores extraordinários, que configuram caráter confiscatório”.

CEI da Comurg
Foto: CEI da Comurg ouve diretor do IMAS, Ricardo Pinheiro Dourado. (Crédito: Antônio Silva/Câmara Municipal)

Dívida acumulada

O diretor administrativo do IMAS, Ricardo Pinheiro Dourado, informou na CEI da Comurg que a companhia deve mais de R$ 10 milhões ao plano de saúde. Do total, R$ 8,8 milhões são referentes a 2022 e já estão acordados para um parcelamento em oito vezes a partir de 31 de março.

Separação

O diretor do Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores Municipais informou que, fora do acordo, a única dívida da Comurg é de fevereiro, com vencimento em 14 de março. O débito é de cerca de R$ 1,3 milhão. O total soma mais de R$ 10 milhões.

Devo, não nego

A Comurg não cumpriu o acordo anterior com o IMAS. A companhia deixou de efetuar o pagamento de janeiro a agosto do ano passado. A celebração do novo acordo ocorreu em outubro, com prazo de cinco meses para o início da quitação.

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