O vereador Jorge Kajuru (Foto: Câmara Municipal de Goiânia/Divulgação)

Na próxima terça-feira (17), às 10 horas na Associação Goiana dos Supermercados (Agos), o vereador Jorge Kajuru (PRP) será anunciado oficialmente como pré-candidato ao Senado na chapa de Ronaldo Caiado (DEM). Tanto Caiado, quanto Jorcelino Braga, importante liderança do PRP, colaboraram para que ele fosse pré-candidato. Em entrevista exclusiva à Rádio Sagres 730, o parlamentar indica os motivos do não comparecimento a coletiva de anúncio de Lincoln Tejota como vice na chapa caiadista.

Definição com Caiado

Kajuru foi pretendido por partidos para que fosse candidato a deputado federal. Ele destacou que num primeiro momento foi convidado por Ronaldo Caiado para que participasse da disputa à Câmara dos Deputados, mas que essa não era a vontade dele.

O vereador explicou a reportagem da Sagres que Ronaldo Caiado disse que iria ver como a questão seria resolvida. Kajuru disse que a conversa com o Democrata ocorreu ainda no mês de março, no feriado de sexta-feira da paixão.

“Ele não me colocou na parede, de forma alguma, “deputado federal”, não. O seu coração quer o que, meu irmão? Eu disse: “meu irmão, quero a pré-candidatura ao Senado. Ele falou assim: “Então tá. Então me dá um tempo aí que vou resolver essa situação, eu falei: Tudo bem, você foi o primeiro a me chamar, meu coração quer você, tenho tudo a ver com você, disse o pré-candidato ao Senado.

A pré-candidatura de Kajuru ao Senado, na chapa de Ronaldo Caiado, foi confirmada nesta semana.

MDB

Kajuru explicou que foi convidado pelo pré-candidato ao governo pelo MDB, Daniel Vilela para compor a chapa dele. O vereador explicou que tem admiração por Daniel, por familiares do emedebista, que o conhece desde pequeno, mas que o conjunto da chapa não o permite uma aliança. Ele citou que não teria condições de subir no mesmo palanque com a primeira dama de Goiânia, Dona Iris, que é pré-candidata a deputada federal.

“Daniel te adoro, mas você está do lado de gente que eu não dou conta. O teu pacote não dou conta. Você eu abraçaria 24 horas, agora não vou sentar na mesma mesa que a Dona Iris, eu estou fora, pássaros e porcos, eu estou voando”, declarou Kajuru.

Jorcelino Braga

Jorge Kajuru disse que Jorcelino Braga, dirigente licenciado do PRP, conversou com ele e sugeriu que ele fosse candidato a deputado federal na chapa de Daniel Vilela. Segundo o vereador, Braga argumentou que a melhor saída para ele não seria uma disputa ao Senado.

Kajuru relatou a Braga para que entendesse o projeto dele de tentar se eleger senador e que isso foi respeitado. O parlamentar explicou a reportagem que não houve interferência da Executiva nacional do PRP e declarou desconhecer os membros que fazem parte, com exceção do presidente nacional da legenda. Kajuru diz ter consideração por Jorcelino Braga.

“Pra mim você tinha que ficar com o Daniel e ser candidato a deputado federal. Não vai ser pré-candidato ao Senado, porque vai ser ruim para você. Falei a ele, “irmão, você quer acabar com meu sonho? Ele falou “não, se é o seu sonho vai”, explicou o vereador.

Lincoln

A presença de Jorge Kajuru era aguardada na entrevista coletiva de pré-candidatura do vice de Caiado, Lincoln Tejota, na última quinta-feira (12). A ausência de Kajuru no evento chegou a colocar dúvidas se realmente ele faria parte da chapa. O parlamentar explicou a reportagem da Sagres 730 que não é verdade, que tem bom relacionamento com Lincoln, é amigo dele e da esposa, Priscila Tejota.

Kajuru disse que não foi ao evento, pois no mesmo horário estava ocorrendo a última sessão do semestre na Câmara Municipal de Goiânia. O parlamentar disse que a ausência dele foi comunicada a Ronaldo Caiado.

“A entrevista coletiva era do Lincoln, tanto que a tarde fui dar um abraço dele na casa dele. Simplesmente não fui porque tinha sessão no plenário, eu tinha que trabalhar como vereador na sessão, não sou irresponsável, tinha votação, tinha projeto a ser votado, inclusive meu”, finalizou.

Ouça a entrevista

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Leia abaixo a entrevista completa concedida pelo parlamentar a reportagem da Rádio Sagres 730:

Rádio Sagres 730: Qual sua expectativa quanto ao evento da próxima terça-feira que o senhor será anunciado oficialmente como integrante da chapa ao senado de Ronaldo Caiado?

Jorge Kajuru: Não tem expectativa nenhuma. Eu tenho apenas o meu coração aberto, sincero para receber as pessoas que gosto, de repente as pessoas que não conheço e que gostam de mim, todos que quiserem na Associação Goiana dos Supermercados (Agos), na região sudoeste às 10 horas. A partir das 9 horas eu já estarei lá, ali próximo ao Carrefour. É receber as pessoas do estado de Goiás, conversar abertamente. Essas coisas de expectativa na minha vida, eu já passei por tudo. Não tem isso não. Só chegar, conversar, e falar, olhar no olho de cada um, com a pouca visão, mas o suficiente para dar o abraço, e para dizer o que tenho no meu coração, na minha cabeça, nesse momento, estou aqui discutindo projetos, discutindo o que realmente é prioritário em Goiás, de que forma você pode sonhar com uma realização, com uma campanha, com uma pré-campanha limpa, uma festa simples, não tem nada, só tem água, não tem comida. Eu que estou pagando do meu bolso para ninguém dizer “olha o Kajuru fez lançamento de candidatura, quem está pagando é o Caiado, é o Wilder Morais”, não, é tudo do meu bolso. Tinha gente queria que eu fizesse no Castros Hotel, você está louco? Eu não tenho dinheiro para isso e não vou fazer isso. 10 horas estarei esperando todos com muito carinho e o resto é trabalhar. Eu tenho que seguir o meu mandato como vereador e estou seguindo.

Rádio Sagres 730: Em algumas oportunidades o senhor havia me dito que havia recebido convites do senador Ronaldo Caiado para compor a chapa, num momento inicial para deputado federal e também do candidato do MDB, Daniel Vilela. Como foram as conversações que resultaram no senhor como o senhor sendo apresentado como candidato na chapa de Ronaldo Caiado?

Jorge Kajuru: Não tem esse negócio de conversação, não, Samuel e ouvinte da Sagres 730. Eu não gosto de ficar conversando toda hora. Eu só tive uma conversa de 11 horas na fazenda do Ronaldo Caiado em Americano do Brasil na sexta-feira da Paixão. Ele foi o primeiro a me chamar, é meu amigo há 35 anos, com a família dele, com as filhas que me chamam de tio. Ele não me colocou na parede, de forma alguma, “deputado federal”, não. O seu coração quer o que, meu irmão? Eu disse: “meu irmão, quero a pré-candidatura ao Senado. Ele falou assim: “Então tá. Então me dá um tempo aí que vou resolver essa situação, eu falei: “Tudo bem, você foi o primeiro a me chamar, meu coração quer você, tenho tudo a ver com você, e tenho gratidão por você que não tenho como pagar, duas vezes você salvou a minha vida. Estou junto com você e o teu perfil é próximo do meu”. Depois disso o Daniel Vilela me procurou, gosto do menino demais, menino porque conheci ele menino, hoje ele é homem. Gosto dele demais, admiro ele demais a Dona Sandra, o avô dele sou apaixonado, Seu Moisés. Falei pra ele: “Daniel te adoro, mas você está do lado de gente que eu não dou conta. O teu pacote não dou conta. Você eu abraçaria 24 horas, agora não vou sentar na mesma mesa que a Dona Iris, eu estou fora, pássaros e porcos, eu estou voando”.

Rádio Sagres 730: Na quinta-feira, Kajuru, eu estive pessoalmente no evento de apresentação do vice de Ronaldo Caiado, deputado Lincoln Tejota e havia uma expectativa que o senhor pudesse comparecer o evento, foi uma decisão pessoal ou foi para chamar a atenção dele para o evento da próxima terça-feira?

Jorge Kajuru: Não, não tem isso não. De forma alguma. Eu gosto do Lincoln, porque sou amigo pessoal da esposa dele, já fui à casa dele várias vezes. A Priscila Tejota é minha amiga pessoal, eu adoro o Lincoln, o pai dele Tião, a mãe Betinha, enfim, eu não tenho essa frescura. O negócio é que eu fiz um compromisso que só faltaria a sessão em plenário só em casos excepcionalíssimos e pra mim esse caso não era excepcional. A entrevista coletiva era do Lincoln, tanto que a tarde fui dar um abraço dele na casa dele. Simplesmente não fui porque tinha sessão no plenário, eu tinha que trabalhar como vereador na sessão, não sou irresponsável, tinha votação, tinha projeto a ser votado, inclusive meu.

Rádio Sagres 730: Era a última sessão do semestre?

Jorge Kajuru: Isso, exatamente. Você me conhece lá na sessão. Eu modéstia parte ficou do primeiro ao último minuto prestando atenção em tudo, não fico no celular, não saio para conversar com ninguém. Nem ao banheiro vou, mesmo que tenha vontade toda hora. Eu iria faltar só por caso de um lançamento, uma coletiva, de um vice, o Lincoln Tejota, meu amigo, que sabe disso. Falei para ele que se fosse em outro horário eu iria. Agora às 10 horas eu tenho compromisso com o goianiense que me escolheu para ser seu representante. Então, não vou fazer isso. O Ronaldo Caiado é meu amigo, ele respeita a minha decisão. Eu estava usando a tribuna, me liga o Ronaldo Caiado e o vereador Paulo Magalhães me fala para atende-lo, eu não poderia parar de falar. Tem momentos que você precisa saber sua responsabilidade enquanto empregado público, sou empregado público. São três vezes por semana, das nove ao meio dia. Eu não iria a entrevista coletiva. Agora, o lançamento da minha pré-candidatura vai ser na próxima terça-feira, dia 17 às 10 horas da manhã, na Associação Goiana do Supermercados é porque a Câmara está de recesso, porque se estivesse trabalhando na Câmara, não faria o evento às 10 da manhã, mas sim às cinco da tarde.

Rádio Sagres 730: Vereador, um ponto que também foi discutido nos bastidores teria sido uma manifestação de um importante membro do partido do senhor, Jorcelino Braga, de uma contrariedade dele com a aliança do senhor com o senador Ronaldo Caiado e ele estaria disposto a uma aliança a chapa do MDB, os motivos foram ditos aqui na entrevista pelo senhor, como foi tratada essa questão entre o senhor e Jorcelino Braga?

Jorge Kajuru: O Braga e eu temos uma relação de 26 anos. Eu nunca vi na minha vida um homem com tanta palavra quanto o Braga. O Braga se falar alguma coisa pra você, você pode ir embora para a sua casa, que ele cumpre. O que ele já fez por mim, a gratidão que devo ao Braga não tem como pagar. Nesse mundo não tem como pagar. Ele é um cara curto e grosso, ele não gosta de conversa longa. Ele olha pra você e fala: “é isso que você quer? Então tudo bem? Eu vou respeitar. É sua decisão, não é a minha. Pra mim você tinha que ficar com o Daniel e ser candidato a deputado federal. Não vai ser pré-candidato ao Senado, porque vai ser ruim para você. Falei a ele, “irmão, você quer acabar com meu sonho? Ele falou “não, se é o seu sonho vai”. Então, a palavra do Braga eu nunca vi igual. Eu tenho toda a confiança nele e respeito muito o sentimento dele, agora ele também respeita o meu. Ele ficou com o dele e ele ficou com o meu, mas não mudou em nada. Pedi a ele que o partido compreenda. É claro que o partido preferia que eu fosse candidato a deputado federal por conta do fundo partidário, de cláusula de barreira. Agora ele respeitou o meu sonho, meu desejo, quero fazer história por Goiás. Eu devo muito a Goiás, cheguei aqui em 1979, não sou um aventureiro aqui em Goiás, tenho história, essa rádio é minha história, a 730. Então, puxa vida. Não tenho direito de seguir meu sonho: Tenho por causa do Braga, outro cara, outro partido evidentemente que iria me sacanear, iria me expulsar, iria me obrigar a ser candidato a deputado federal, o único cara que fez isso comigo foi o Braga, porque eu sei que não tem outro igual, que me aceitou do jeito que sou, Epitáfio, aceitar as pessoas como elas são. Deixou eu sonhar e vou continuar meu sonho.

Rádio Sagres 730: Como foi a discussão com a Executiva Nacional do partido?

Jorge Kajuru: Não teve discussão. Não sei que executiva é. Quem é a executiva do partido? Eu juro por Deus. Deixa eu te falar uma coisa franca para você. Eu não tenho partido, partido pra mim é a indignação do cidadão, da cidadã, dos goianos e das goianas. É o semblante de cada um. Esse negócio de partido para mim é uma bobagem. Eu tenho o Braga, eu tenho relação é com Braga, não tenho relação do PRP. Não sei a opinião da Executiva Nacional, nem sei quem faz parte dela, e gosto do presidente nacional do partido, o Vasco, porque ele parece com o Braga, em caráter. Eu gostei dele de graça, me tornei amigo dele, então não sei o que pode querer a executiva nacional, se quiser me sacanear, se quiser me expulsar, dane-se. Eu saio da política. Eu não vou ser o que ninguém quer não, eu vou ser o que eu quero, o próprio Braga diz para todo mundo que o Kajuru é incontrolável, não é que eu seja incontrolável, é que eu tenho a minha postura, minha posição e quero ser respeitado dessa forma como aceito as pessoas como ela são, então me aceitem. Se não quiser, eu saio. Não preciso de dinheiro de vereador, de senador. O pouco que tenho é muito, é o dobro que Deus me deu. Eu não tenho esse negócio não. Não estou nem aí para Executiva. Faço o que meu coração quer. Quem não aceitar, paciência.