“Eu não vou renunciar”. Dessa forma, o presidente paraguaio, Fernando Lugo, reagiu depois que a Câmara dos Deputados do país sul-americano aprovou uma proposta de impeachment contra ele. O pedido foi feito e liderado pela oposição (Partido Colorado) e aprovado por 76 votos a favor e apenas 1 contra.
O Senado daquele país informou que irá avaliar se Lugo pode ou não perder a Presidência. Os parlamentares decidiram que o anúncio final será feito às 17h30 (horário de Brasília), de sexta-feira (22).
O pedido de impeachment decorre de um conflito ocorrido na sexta-feira (15), na zona rural da Região Nordeste do Paraguai. O confronto deixou 17 pessoas mortas, entre elas, camponenes e policiais.
“Conclamo ao Parlamento Nacional a esgotar todos os esforços para evitar procedimentos contrários à história e à cidadania e cumprir os trâmites e prazos constitucionais oferecendo a mim, como presidente da República, toda a garantia de uma justa e legítima defesa”, disse o presidente pós a aprovação do pedido de impeachment na Câmara.
Lugo, que iria participar da Rio+20 no Rio de Janeiro, cancelou sua participação, após deflagrada a crise política.
Unasul
Após o fato, dito inesperado por diversas autoridades sul-americanos, os presidentes dos países da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) decidiram enviar na noite desta quinta-feira (21), chancelers da região até o Paraguai. O objetivo, segundo a organização, é garantir o respeito à ordem democrática, o julgamento justo e o direito de defesa de Lugo.
Os chanceleres pretendem acompanhar de perto o início do processo que pode levar ao impeachment do presidente paraguaio. Uma reunião extraordinári feita no intervalo da sessão da Rio+20, motivou a presidenta Dilma Rousseff, todos os presidentes sul-americanos e os chanceleres da região a falarem sobre o assunto.
Ministros
Pelo menos cinco ministros paraguaios renunciaram aos cargos após o pedido de impeachment. De acordo com a imprensa paraguaia, todos são filiados ao Partido Liberal. Os ministros são ligados ao vice-presidente Frederico Franco, também do Partido Liberal, que deve assumir a presidência, caso o impeachment seja confirmado. (Com Agência Brasil e Site Oficial da Presidência do Paraguai)
Defesa
Em mensagem à população paraguaia, Fernando Lugo afirma que “este é um momento delicado para a vida democrática da República”. Em conclusão, presidente disse que ama profundamente o povo paraguaio e continuará a trabalhar pela justiça social e pela paz. Veja a íntegra da mensagem:
