Febre, surgimento de ínguas, perda de peso, de apetite, coceira na pele, fadiga e sudorese noturna anormal. Sintomas que podem indicar linfoma, doença que afeta o sistema linfático – parte do corpo responsável pela defesa do organismo contra doenças e infecções.

De acordo com o chefe do serviço de Hematologia do Hospital das Clínicas da UFG, Renato Tavares, nem todos os linfomas apresentam sintomas, mas quando isso acontece, facilita o diagnóstico da doença.

“É uma sudorese muito intensa ou então um emagrecimento desproporcional, sem motivo nenhum, sem estar fazendo regime, sem estar perdendo o apetite, um emagrecimento inexplicado. Um outro sintoma importante que pode acompanhar o crescimento dos gânglios é a febre. Uma febre que vem no fim do dia, mais baixa, não muito importante e qual normalmente não se consegue identificar uma infecção como responsável”, enumera.

Celebrado no dia 15 de setembro, o Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas tem como principal objetivo alertar a população sobre a importância de identificar precocemente os sintomas da doença, facilitando, assim, seu tratamento. Renato Tavares explica como o linfoma se manifesta no organismo.

“Na maioria dos casos, vai se manifestar através do crescimento de um gânglio, que o leigo conhece como íngua. É um gânglio que começa a crescer e na maioria dos casos continua crescendo até que seja tratado. A maioria das vezes em que esses gânglios crescem, é por causa de infecção”, afirma.

O índice de incidência da doença dobrou nos últimos anos segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano de 2020 são estimados 12.030 casos, sendo 6.580 homens e 5.450 mulheres, tendo 4.394 mortes, segundo Atlas de Mortalidade por Câncer.

De acordo com Renato Tavares, a boa notícia é que para todos os linfomas há tratamento e cura. “Existem linfomas mais graves que requerem um tratamento com quimioterapia mais intensa, com mais urgência, e existem outros que a gente chama de indolentes, de evolução lenta. Esses, muitas vezes até, são observados por um tempo antes de serem tratados”, esclarece.

Entenda o que é o linfoma

O linfoma é um câncer do sangue, assim como a leucemia. Ele surge no sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório, como do sistema imune. O sistema coleta e redireciona para o sistema circulatório um líquido claro, chamado linfa, que contém células de defesa (glóbulos brancos) chamadas linfócitos.

Como se prevenir

Não há uma prevenção específica para o linfoma, nem exames para detectar a doença precocemente, embora seja sempre bom manter os cuidados clássicos de uma vida saudável: alimentação fresca, com muitos legumes, verduras, frutas, muita água, poucas gorduras; tentar manter o peso e sempre fazer exercícios físicos; não fumar; evitar o consumo de álcool.

O risco de desenvolver um linfoma de Hodgkin pode ser 50% maior para quem fuma, em média, 20 cigarros por dia. Uma maneira de reduzir o risco de linfomas é tentar se prevenir de doenças que afetem a imunidade, como o HIV, por exemplo, mas outras que estão entre os fatores de risco do linfoma (caso da artrite reumatoide, lúpus erimatoso e da bactéria H. pylori) não são possíveis de prevenção.

Então, o mais importante, mesmo, é prestar atenção aos sintomas. E, se vierem acompanhados de gânglios, é hora de correr para o médico.

  • Febre

  • Suores noturnos intensos

  • Erupção cutânea avermelhada, disseminada pelo corpo

  • Náusea, vômitos ou dor abdominal

  • Perda de peso inexplicável

  • Cansaço

  • Coceira

  • Tosse ou dificuldade para respirar

  • Dor de cabeça e dificuldade de concentração

  • Aumento do fígado ou baço

  • Tosse e dificuldade para respirar

Confira a entrevista a seguir a partir de 01:30:00