A Delegacia Estadual de Repressão à Crimes Contra o Consumidor, a Decon, vai instaurar um inquérito policial para averiguar as causas do cancelamento do show do cantor espanhol Julio Iglesias, que aconteceria em Goiânia. O show estava marcado para o dia 23 de novembro do ano passado e depois adiado para dia 27. Porém, a data também não foi cumprida sob alegação de que o cantor havia se acidentado e estaria impossibilitado de fazer o show.
Eduardo do Prado, delegado titular da Decon, explicou o que será apurado: “Vai ser analisado se o adiamento e cancelamento foi feito com má fé. Havia um acordo e não foi cumprido, o que nos interessa é saber se aconteceu um crime de estelionato, de apropriação e débito ou outro crime qualquer. Se houver, os responsáveis serão punidos. Eles serão intimados e inquiridos”, avisa.
A produtora passou a ressarcir os compradores, porém, algumas pessoas alegaram que receberam o dinheiro de volta. Mais de 50 pessoas já reclamaram que não foram reembolsadas, de acordo com o delegado titular da Decon, Eduardo Prado. Os prejuízos passaram de 300 mil reais. Os ingressos mais baratos custavam 150 reais.
O delegado declara também que vai entrar em contato com a assessoria do cantor para apurar os fatos: “Entraremos em contato com representantes diretos do cantor Julio Iglesias e com os contratantes do show. Eles nos passarão todas as informações para nós apurarmos o que realmente aconteceu. Ninguém pode ser lesado, o consumidor não pode ser punido e esse é o papel da polícia civil”.
Uma das vítimas foi Sérgio Henrique Melo, que adquiriu dois ingressos para levar sua mãe ao show, conta o que ocorreu: “Comprei dois ingressos em outubro e seria meu presente de natal para minha mãe. Depois que cancelaram eu entrei em contato para pegar o dinheiro de volta e me avisaram que seria após o dia 15 de dezembro. Até hoje não devolveram, disseram que iam estornar, depois que pagariam em dinheiro e iam alterando a história. A última vez falaram que iam montar um espaço no Goiânia Arena no dia 2 de fevereiro para pagar todo mundo e fui lá, estava tudo trancado. Decidi procurar um advogado e denunciar”.