A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) se posicionou sobre a suposta interferência do ex-presidente, Marco Polo Del Nero, na gestão atual da entidade. Segundo a entidade, o cartola tentava retornar à presidência após recorrer de decisão da FIFA que o baniu do futebol.
Confira o posicionamento na íntegra:
“A CBF esclarece que em 2018, à época em que foram feitas as gravações clandestinas divulgadas ontem, 21, pela ESPN, de uma conversa entre Edu Gaspar, então Coordenador de Seleções, e Rogério Caboclo, este ocupava o cargo de Diretor Executivo de Gestão da CBF, não tendo poder estatutário para conclusão de contratos de qualquer natureza sob sua exclusiva responsabilidade.
Estas atribuições, de acordo com o estatuto da entidade, são de responsabilidade do Presidente, cargo então ocupado por Antônio Carlos Nunes, vice-presidente eleito de Marco Polo Del Nero que, até então, recorria de decisão sobre seu banimento com vistas a seu retorno à Presidência.
Finalmente, é importante esclarecer que a renovação de contrato com o técnico Tite nunca foi colocada em dúvida.“
Entenda o caso
Na última semana, a ESPN divulgou áudios em que o cartola, que foi banido do futebol pela FIFA, teria influenciado diretamente na renovação do técnico Tite, após a Copa do Mundo de 2018.
“Falei para você e para o Marco Polo de darmos esse passo para trás para poder manter a nossa estrutura de trabalho”, afirmou Edu Gaspar em um dos áudios para convencer Rogério Caboclo de não dispensar a maioria dos membros da comissão técnica após a derrota para a Bélgica.
“Eu não tomo decisões sozinho. Tem o (Coronel) Nunes aqui (então presidente em exercício), tem o Marco Polo”, revelou Caboclo em outro áudio.
Ainda conforme o conteúdo dos áudios divulgados pela ESPN, o ex-presidente Del Nero teria influenciado desde a indicação de funcionários para cargos menores a discussões sobre contratos milionários, até conversas do dia a dia da confederação, nos últimos três anos.
Junior Kamenach é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com IPHAC e a Faculdade UniAraguaia, sob supervisão da jornalista Nathalia Freitas