O árbitro Jefferson Ferreira, que esteve no VAR da decisão do Campeonato Goiano, afirmou que teve o número de celular ‘vazado’ em grupos de WhatsApp de torcedores supostamente do Vila Nova após a final e que tem recebido ameaças pelo telefone.

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Segundo o árbitro, em entrevista à Sagres, ele recebeu uma ligação de uma pessoa avisando que teve o contato divulgado a torcedores. “Venho recebendo, desde então, agora na parte da tarde, várias ameaças no WhatsApp, algumas bem complicadas de escutar, são ameaças fortes. O André Castro (árbitro assistente no VAR) também recebeu”, revelou.

Ferreira ainda avisou que entrou em contato com o coronel Júlio César Motta, da comissão de arbitragem, e um advogado para fazer um boletim de ocorrência contra os torcedores que enviaram as mensagens.

“Acredito que futebol é muito emocional, mas quando passa para o particular, como está sendo, não é futebol mais. Somos profissionais da arbitragem, jogadores são profissionais, vocês da imprensa são profissionais, e ninguém critica com ameaças do jeito que está sendo”, opinou.

Ainda na entrevista, Jefferson lamentou os episódios e revelou que nunca tinha passado por situações semelhantes, desde que entrou para o quadro de arbitragem em 2010. “Já tive altos e baixos na arbitragem, todo árbitro tem, mas fiquei até surpreso de ter recebido esse tipo de mensagem”, lamentou.

Em 2021, o árbitro Eduardo Tomaz também passou por uma experiência semelhante. Após o clássico entre Goiás e Vila Nova na Serrinha, ele também teve o número de celular vazado e recebeu ameaças por telefone. Tomaz registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso.

Entrevista na íntegra durante o programa Toque de Primeira:

Polêmica

Durante a decisão do Goianão nesse domingo (23), a equipe de arbitragem anulou um gol do Vila Nova, que seria o de empate do time. Segundo a decisão, o atacante Pedro Junior teria cometido falta na origem da jogada. Além disso, colorados ficaram na bronca em um lance em cima do zagueiro Donato dentro da área.

“Todas as mensagens estão salvas aqui, printadas, para serem anexadas ao Boletim de Ocorrência, de acordo com o que o advogado orientou. Toda hora chega uma mensagem me ameaçando”, afirmou.

Sobre o lance, Jefferson explicou como a equipe de arbitragem analisou o lance: “Nós tínhamos 11 câmeras. Então o contato que aconteceu faltoso, na nossa opinião, e nós (VAR) chamamos o árbitro para analisar se foi falta ou não. A decisão final é do árbitro”, explicou.

Junior Kamenach é estagiário do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com IPHAC e a Faculdade UniAraguaia, sob supervisão da jornalista Nathalia Freitas