Uma pesquisa do Instituto Península revelou que quase 80% dos professores de educação física no Brasil utilizam seu próprio dinheiro para adquirir materiais esportivos necessários para suas aulas. Esse dado evidencia as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da área nas escolas do país.
“Essa pesquisa revela a sobrecarga do professor de Educação Física e mostra a necessidade de políticas públicas que valorizem o esporte educacional”, afirmou Daniela Kimi, diretora de Esportes e Pesquisa do Instituto Península.
O levantamento destacou que 94,7% dos entrevistados, que incluíram 3.032 professores de educação física, coordenadores, diretores e estudantes do ensino superior de todas as regiões do Brasil, apontaram a necessidade urgente de melhorias nos espaços destinados à prática esportiva nas instituições de ensino.
“Quando a estrutura disponível nas escolas brasileiras é precária, desperdiçamos o potencial do esporte para contribuir para o aprendizado e as habilidades socioemocionais das crianças e adolescentes”, explica Kimi.
Gênero e bullying
Além das questões estruturais, o estudo também abordou temas como gênero e bullying durante as aulas de educação física.
Sete em cada dez profissionais relataram ter presenciado casos de bullying, com os principais motivos sendo a habilidade técnica (79,9%), aparência (54,6%), gênero (28,8%) e sexualidade (23%). Notavelmente, 18% dos entrevistados admitiram não saber como agir diante dessas situações.
A pesquisa também revelou que 63,1% dos educadores consideram a inclusão de meninas nas aulas de educação física um grande desafio. Para lidar melhor com essa questão, 63,6% dos profissionais expressaram a necessidade de apoio adicional.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
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