Ainda em viagem ao exterior, a presidente da República, Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência para quando retornar ao brasil. Ela chamou para o encontro três ministros: José Eduardo Cardozo (Justiça), Celso Amorim (Defesa) e Aldo Rebelo (Esportes). Ela pretende esboçar uma estratégia para lidar com os protestos contra a realização da copa do mundo.

Até agora, no entanto, as providências tomadas pelo governo são apenas para reforçar a segurança dos locais onde os protestos são realizados e o efetivo de policiais aumentado. Na análise do professor de Ciência Política da Universidade Federal de Goiás, Frank Tavares, esta estratégia é equivocada. Segundo ele, mesmo a reunião de emergência convocada por Dilma indica a continuidade desta forma de se tratar os manifestantes. “Uma vez mais o governo aposta na repressão. Já havia uma portaria do Ministério da Defesa que é flagrantemente inconstitucional suprimindo direitos civis, prevendo que iria conceber essas manifestações como problema de segurança pública. Os Ministérios que foram convocados para as manifestações. Os ministérios que foram convocados para pensar as manifestações, com excessão dos esportes, que está ligado diretamente com a organização da Copa, são ministérios que lidam menos com as políticas que podem atender as manifestações ou negociar soluções, e mais ministérios que lidam com a repressão. E está não é a primeira vez que a presidente reage desta maneira. Ela tem tratado as manifestações como problema de segurança,” analisa.

O professor Frank Tavares coordena um grupo de estudos sobre ativismo e lutas sociais, que acompanha a realização as manifestações no País. Ele detalha o que os protestos buscam e qual deveria ser a resposta do Governo. “A grande pauta desses movimentos é uma inversão de prioridades orçamentárias por parte do poder público. Se há orçamento do BNDS para a construção de estádio e obras viárias, será que não há orçamento para políticas de habitação, de geração de renda e inclusão da população das periferias?” diz.

A presidente Dilma Rousseff continua em viagem em Cuba e deve voltar ao Brasil na quarta-feira, quando se reúne com os ministros para tratar das manifestações contra a Copa do Mundo.