Um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil sobre obras de esgotamento sanitário no país constatou que menos da metade das obras foi concluída. De 138 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apenas 14% estão prontas. O presidente do Instituto Trata Brasil, Edson Carlos, explica que em grande parte das obras a burocracia é a grande vilã que impede a conclusão.

“Não é só um problema local. Existe também um problema grande em Brasília, regras cada vez mais rigorosas que muitas vezes prejudicam a os recursos chegarem até a empresa de saneamento local. A gente teve por um lado o aumento do número de obras concluídas. 14% das 138 obras ficaram prontas em 2012, o que é um aumento grande em comparação com 2011. Por outro lado nós tivemos um grande número de obras paralisadas e obras atrasadas. Isso é que mais nos preocupa, porque a maioria dessas obras são contratos de 2007 e 2008”, declara.

Na Região Centro-Oeste, houve uma queda no índice de obras paralisadas, de 46% caiu para 8%. No entanto, muitas obras entraram em atraso, saindo de 0% para 46%. Sobre Goiânia, o presidente Edson Carlos relatou que existem cinco obras de esgotamento sanitário em atraso na capital. A ampliação do sistema de esgoto sanitário de Goiânia, o sistema de esgotamento sanitário Anicuns margem esquerda e a ampliação das estações elevatórias são algumas das obras em atraso em Goiânia.

Macambira Anicuns

Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria Extraordinária do Projeto Macambira informou que as obras do Macambira Anicuns estão atrasadas porque a prefeitura de Goiânia está em processo de rescisão de contrato com a empresa atual responsável pela obra, e que logo após o término do contrato, a prefeitura vai abrir uma nova licitação para a continuidade das obras pela empresa ganhadora.

Já a assessoria de comunicação da Saneago informou que as obras de esgotamento sanitário em Goiânia estão recebendo investimentos na ordem de R$ 354 milhões, e não estão paradas. Desse total, R$ 252 milhões estão sendo executados e R$ 103 milhões estão em fase de licitação. De acordo com a Saneago, o atraso de alguma delas deve ocorrer por causa da burocracia existente na licitação.