O resultado do primeiro turno na Colômbia, com a vitória de Gustavo Petro da esquerda, foi a maior derrota dos partidos tradicionais e dos políticos Álvaro Uribe, ex-presidente, e do atual presidente Iván Duque, que apoiaram Federico ‘Fico’ Gutiérrez, terceiro lugar no pleito. A era do ‘uribismo’ está há vinte anos no poder.

No quadro Sagres Internacional desta quinta-feira (23), no Sagres Em Tom Maior, o historiador e professor de geopolítica, Norberto Salomão, destacou, pela primeira vez na história colombiana, um esquerdista de fora do establishment favorito para ganhar a presidência.

“Isso é um marco para uma corrente que há anos está excluída do sistema político. Quem passou para o segundo turno foi o Gustavo Petro, que já foi guerrilheiro de um grupo chamado M19, desarticulado no início dos anos 90. Ele adentrou na vida política, foi prefeito, senador. Contra um de direita, chamado de Trump da Colômbia, porque se assemelha ao estilo, tem 77 anos, o Rodolfo Hernandez, com aquela linha da meritocracia, do empreendedorismo. Então, isso acabou ganhando também grande ênfase. Histórica por esses motivos”, explicou.

Gustavo Petro recebeu 50,44% dos votos e derrotou o candidato da ultradireita, Rodolfo Hernández, que teve 47,31%. Petro fez campanha prometendo reduzir desigualdades, outro fato que é histórico no país, como afirma Norberto Salomão.

“Curiosamente, as duas candidatas a vice-presidência, são afrodescendentes. A candidata que foi eleita na chapa do Gustavo Petro, Francia Martinez, foi empregada doméstica, pagando seus estudos com esse trabalho, foi garimpeira também, mãe aos 16 anos, formada em direito. Do outro lado, na chapa do Rodolfo Hernández, tivemos Marelen Castillo, que também afrodescendente da mesma região de Francia Martinez, mas com uma linha mais á direita, católica e conservadora. É acadêmica, tem doutorado, então isso faz com que essa eleição realmente seja marcada por esses aspectos históricos”, ressaltou.

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