Você já ouviu falar em biodigestor? Se ainda não, a Arena Repense desta semana, alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13, da Organização das Nações Unidas (ONU), ”Ação contra a mudança global do clima”, ajuda a entender como essas estruturas podem auxiliar na redução do aquecimento global, tema da reportagem especial da série Repense Clima, da jornalista Ananda Leonel.
A edição desta quinta-feira (23) contou com a participação da analista educacional da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi) Polo-PR, Marli Afonso dos Santos.
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O especialista em biodigestores e assessor político-pedagógico da empresa Diaconia, Adilson Alves, explica que utiliza na região do semi-árido pernambucano desde 2008 uma tecnologia adaptada ao clima local e usada por pequenos agricultores que criam até dez animais. Assista a seguir a partir de 1’04
”Os biodigestores de pequena produção, os mais conhecidos são o chinês, que é totalmente blindado, e o indiano que a Diaconia trabalha. Nós conhecemos a proposta em 2008, fizemos algumas adaptações”, afirma.
O biodigestor é uma tecnologia social que possibilita a decomposição de matéria orgânica, basicamente fezes de animais, produzindo biogás e biofertilizante de alta qualidade. A sua estrutura é composta por um “alimentador” onde os dejetos frescos são depositados. De lá, descem por gravidade em uma tubulação até chegar a uma caixa de cimento, na qual é depositada água para diluir o esterco. Tudo segue então para outro espaço onde há uma caixa plástica que fica sobre o material orgânico. Esse local consiste em um ambiente hermeticamente fechado, que permite acelerar a decomposição do esterco gerando gás carbônico e metano.
De acordo com Adilson Alves, o itens para a elaboração de um biodigestor para pequena produção podem ser encontrados em lojas de materiais de construção, e pode render, no mínimo, cerca de um botijão por mês, dependendo do consumo da família. Um equipamento custa em torno de R$ 4,5 mil.
Adilson explica que o uso de biodigestores é fundamental para a preservação do meio ambiente, e ajuda inclusive na luta contra o desmatamento. Só a Caatinga, vegetação predominante na região, já possui 13% de seu território desmatado por causa da extração constante de madeira.
No caso dos biodigestores, o uso constante do esterco, proveniente da criação de animais do entorno, diminui a emissão de gases de efeito estufa e faz com que os currais sejam constantemente limpos, o que evita a reprodução de moscas e pragas.
O material, ou seja, o esterco, ainda serve de adubo orgânico para a plantação. Estima-se que cerca de 2 mil biodigestores estejam funcionando no semiárido nordestino.
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