Começou na última segunda-feira (22) e vai até domingo (28) a primeira etapa do IV Festival das Famílias de Circo de Goiânia, na semana em que se comemora do Dia do Circo.

O evento virtual é composto por nove espetáculos, além de rodas de conversa e mesas de debates, totalmente on-line e gratuito pelo canal do youtube “Festival Famílias de Circo de Goiânia”, como explica o coordenador do festival, Constantino Isidoro, em entrevista ao Sagres em Tom Maior #235 desta sexta-feira (26).

“Esse festival surgiu em 2009 e teve a principal intenção de valorizar alguns circenses que temos, tradicionais, fora das lonas. Nós temos aqui no Jardim Nova Esperança uma rua que se chama Rua dos Artistas porque ela é composta por um conjunto de famílias circenses que estão hoje fora da lona e estão residindo naquela região”, conta.

Esta quarta edição do festival aconteceria de forma presencial em março de 2020, mas acabou impedido pela pandemia de Covid-19. Constantino relata que agora, com a versão on-line, o circo goianiense tem conseguido superar fronteiras e chegar a outras regiões do estado e até do país.

“Temos tido uma audiência acima das nossas expectativas, a gente vê que com essa difusão por meio das redes a gente contribui também para que a população tenha acesso a conteúdos de qualidade como o circo para nos ajudar a enfrentar um pouco esses dias”, afirma.

Com o espetáculo “Circo, Magia e Estripulias”, o Laheto, um dos mais tradicionais circos de Goiás, integra programação com apresentação composta por uma banda de palhaços que toca vários instrumentos musicais, imita animais no picadeiro e executa as sequências circenses. São realizados números de diabolô, bambolê, duelo de mágicos, ilusionismo, tecido acrobático, trapézio, rola rola, acrobacia cômica, malabares e chari varri.

Constantino Isidoro no STM #235 (Foto: Sagres TV)

Como ajudar

Como toda atividade nessa pandemia, a situação não tem sido das mais confortáveis para as famílias, já que a arrecadação ficou totalmente comprometida com a pandemia, sem os eventos tradicionalmente presenciais. Por isso, uma campanha visa ajudar os artistas circenses a superar esse momento de extrema dificuldade.

“Temos quatro circos itinerantes hoje parados aqui em Goiânia sem a menor condição de recursos. Tem artistas que estão sem creme dental, sabonete, sem comida. Então resolvemos também fazer uma campanha para apelar solidariedade da nossa comunidade, porque precisamos nos ajudar”, pondera.

As famílias contam com doações, que podem ser feitas em dinheiro por Pix, transferência ou depósito, e até mesmo com alimentos e produtos de higiene e limpeza, o básico. Saiba como ajudar

PIX: [email protected]

Depósito ou transferência: Banco Itaú: Agência 7209 | Conta Corrente: 01578-6

CNPJ: 01206329/0001-76

Mais informações: telefone (62) 3281-3301

Museu do circo

O coordenador Constantino Isidoro conta que para preservar a história do circo de Goiás, será lançado neste final de semana o Museu Icnográfico Virtual do Circo Goiano.

“São oito famílias circenses tradicionais com fotos, curiosidades, e esse museu vai, de certa maneira, oportunizar um pouco do que é essa tradição, como se faz um número, questões que são da própria linguagem do circo tradicional”, afirma.

Segundo Constantino Isidoro, com as novas gerações de crianças cada vez mais inseridas no mundo digital, um dos principais desafios das famílias circenses atualmente é com a modernização e a ressignificação do circo.

“O tradicional está enfrentando uma necessidade de se modernizar. Hoje quando se fala em circo, na imagem da pessoa vem muito aquilo que se projeta como o Cirque Du Soleil, que foi quem pegou a tradicional e conseguiu projetar em uma escala muito grande. Isso acaba também por problematizar esses circos que são tradicionais, porque a nossa criançada hoje tem muito essa memória desse grande circo, dos grandes aparatos, e quer fazer aquilo, esquecendo o que é a nossa tradição”, pontua.

Para que os espetáculos continuem fascinando o público, as famílias circenses contam com o Circo Social, que ajuda a preservar a identidade do circo goiano.

“Eles têm conseguido formar novos artistas. Então, se por um lado a gente vê que o circo tradicional enfrenta essa dificuldade, o circo social com as suas escolas de circo conseguem manter essa tradição e formar novos artistas dentro dessa nossa linguagem, dessa modernidade com esse números que são muito antigos”, conclui.

O festival tem o apoio do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás, e toda a programação está disponível no link https://festivaldasfamiliasdecircodegoiania.com/ .