Henry em disputa de bola com Marta (Foto: FIFA)

O Brasil jogou de igual para igual e chegou a ser superior em praticamente todo o jogo, mas não resistiu ao cansaço na prorrogação. Com isso, as francesas donas da casa chegaram ao gol decisivo com Henry, no primeiro minuto do segundo tempo, selando a vitória por 2 a 1. Coincidência ou não com a Copa de 2006 dos homens, o tento saiu em um lance de bola parada, só que desta vez da meia-direita, decretando a eliminação da brava Seleção Brasileira Feminina nas quartas de final da Copa do Mundo 2019.

A França aguarda as vencedoras de Espanha x Estados Unidos para saber quem enfrentará nas quartas de final. 

O jogo

Um visitante superior no primeiro tempo. Assim foi a Seleção Brasileira durante os 51 minutos iniciais. Aos 8’, Marta já mostrou o cartão de visitas, aplicando dois dribles sensacionais na entrada da área, e arriscando de pé esquerdo, mas a bola sai rasteira à esquerda de Bouhaddi. Aos 14’, a camisa 10 aciona Debinha que puxa para o meio e solta a bomba de pé direito, mas ela explode na zaga e sai em escanteio.

Aos 23’, o momento mais dramático do primeiro tempo. Após cruzamento da direita, Gauvin sobe bem, mas a goleira Barbara resvala com uma das mãos, a bola toca no braço da francesa e vai em direção ao gol. Após uma revisão de seis minutos no VAR, a arbitragem anulou o tento das anfitriãs.

O Brasil ainda teve uma ótima aos 42’. Debinha acionou Cristiane pela esquerda, que invadiu a área e chutou cruzado, mas Bouhaddi fez boa defesa com os pés, impedindo o gol brasileiro. Cinco minutos depois, a defesa cochila e a bola sobra para Majri, que invade a área mas chuta sobre a meta canarinho.

Na etapa final, o Brasil voltou superior também, mas a condição física fez a diferença no primeiro gol válido do jogo. Aos 6 minutos, Diani disparou pela direita, Tamires não conseguiu acompanhar, a camisa 11 cruza rasteiro e Gauvin marca de carrinho na pequena área.

Três minutos depois, resposta brasileira. Marta cobrou falta com perfeição pela esquerda e Cristiane subiu no segundo andar para testar no travessão de Bouhaddi, que ainda tocou nela com a ponta dos dedos, evitando o que seria o empate relâmpago das brasileiras. Mas ele veio, e não demorou. Aos 16’, Debinha ganhou bem pela esquerda e cruzou forte, a defesa tirou parcialmente e ela sobrou limpa para Thaisa fuzilar de pé direito, no cantinho esquerdo da goleira francesa. A assistente chegou a marcar impedimento no lance, mas o VAR checou e validou.

Aos 29’, Debinha insistiu pela esquerda, ganhou dividida, puxou para o meio e bateu forte, mas Bouhaddi encaixou bem no pé da primeira trave. Dez minutos depois, Cristiane sofreu falta pela meia-esquerda. Andressinha bateu direto para o gol, mas a goleira da França defendeu novamente.

Aos 40’, foi a vez do Brasil ter um gol bem anulado pela arbitragem. Tamires recebeu passe na frente e finalizou para as redes, mas a assistente invalidou marcando impedimento. O VAR conferiu e manteve a anulação.

A dois minutos do fim, com o Brasil muito mais inteiro no jogo, Debinha ganhou pelo meio e deu passe para Bia Zaneratto, que chutou desequilibrada da entrada da área, e a bola foi sobre o travessão de Bouhaddi.

Prorrogação

Logo aos dois minutos, Cristiane arrancou no meio-campo e tentou chute de cobertura, mas a bola não ganhou altura e ficou com a goleira Bouhaddi. A artilheira desabou sentindo a coxa esquerda e precisou ser substituída por Geyse.

Aos 10’, após cobrança de escanteio pela esquerda de ataque, Le Sommer tocou de cabeça em direção à primeira trave, mas Bathy não conseguiu chegar nela, que saiu pela linha de fundo em tiro de meta para Bárbara.

O Brasil desperdiçou a melhor chance do jogo aos 15’. Geyse deu belíssimo passe para Debinha nas costas da defesa. A camisa 9 arrancou sozinha pela esquerda, invadiu a área, trouxe para o meio, ficou cara a cara com a goleira e chutou, mas Bathy salvou praticamente sobre a linha.

Com 1 minuto do segundo tempo da prorrogação, a França conseguiu o que precisava. Por ironia, com um nome conhecido da torcida brasileira. Após cobrança de falta da direita, a defesa brasileira não acompanha e Henry finaliza cara a cara com Bárbara, que não conseguiu evitar o gol.

A partir daí, foi entrega e coração das brasileiras, incluindo Marta, que jogou mais de 120 minutos ininterruptos na competição. A partida também marcou a despedida da experiente Formiga. 

FICHA TÉCNICA

Jogo: França 2×1 Brasil (Oitavas de final)

Data/horário: 23/06/2019 às 16h, hora de Brasília.

Local: Stade Océane, Le Havre, França.

Arbitragem

Árbitro: Marie-Soleil Beaudoin (CAN)

Assistentes: Princess Brown (JAM) e Stephanie-Dale Yee Sing (JAM)

Opera o VAR: Massimiliano Irrati (ITA)

Gols

França: Gauvin (6’2T) e Henry (1’2T-P)

Brasil: Thaísa (16’2T)

Cartões amarelos

França: Renard (34’1T) 

Brasil: Tamires (46‘1T), Formiga (16’2T) e Beatriz (37’2T)

Escalações

França: Bouhaddi, Majri (Karchaoui), Renard, Mbock Bathy Nka, Torrent (Périsset), Asseyi (Thiney), Bussaglia, Henry, Diani, Le Sommer e Gauvin (Cascarino). Técnica: Corinne Diacre.

Suplentes: Durand, Périsset, Tounkara, Karchaoui, Geyoro, Laurent, Bilbaut, Thiney, Cascarino, Magnin e Debever.

Brasil: Barbara, Tamires, Mônica, Kathellen, Letícia Santos (Poliana), Thaísa, Formiga (Andressinha), Debinha, Marta, Ludmila (Beatriz) e Cristiane (Geyse). Técnico: Vadão.

Suplentes: Aline Reis, Letícia I., Poliana, Tayla, Daiane, Camila, Luana, Andressinha, Bia Zaneratto, Raquel, e Geyse.

Público: 23.965.