A “Copa das Copas” ainda precisava reservar um pequeno espaço para a saga argentina, que misturou tensão, alegria e um drama no fim, terminando em alívio. Uma das favoritas, a Argentina não encontrou facilidades para vencer a Suíça e precisou de 117 minutos para marcar o gol salvador, feito por Di María, que coloca os Hermanos nas quartas de final do Mundial.
O Jogo
Apoiada por uma torcida organizada, ainda que em menor número em relação a outros jogos, a Argentina sempre manteve o controle da partida, ainda que isso não significasse a efetividade ofensiva esperada. Messi, por exemplo, era muito bem marcado e pouco aparecia. Quando dava as caras, era parado na base da falta. Até por isso, a primeira chance dos hermanos foi em bola parada, aos 24min, quando Messi cobrou e Higuaín testou para fora.
Os suíços até mostravam boa organização, mas não conseguiam sair jogando como mostra a cartilha pra quem adota o contra-ataque. Só que, quando a defesa argentina falhava, o susto era muito grande. Aos 27min, Shaqiri deixou Rojo na saudade pela esquerda e já dentro da área, rolou rasteiro, para trás, pra Xhaka, que bateu de primeira, mas Romero impediu o gol. Os argentinos responderam aos 28min, com Lavezzi, mas o chute foi fraco demais.
Um minuto depois, aos 29, foi a vez de Garay completar escanteio, de raspão, e a bola passou com muito perigo. De tanto controlar e se mostrar presente no campo de ataque, os argentinos foram se abrindo cada vez mais. Com isso, o contra-ataque suíço se mostrava cada vez mais perigoso. Aos 38min, após erro argentino na intermediária, Shaqiri partiu pela esquerda e lançou na diagonal para Drmic, Romero titubeou na hora de sair e Drmic, na hora de fazer o gol, tentou tocar por cobertura e falhou feio.
2º tempo
A postura argentina na etapa final foi outra. Mais agressiva, mais efetiva, mais imponente, o time de Sabella tentou a vitória a todo tempo. Com um minuto, Di María lançou Messi, que abriu para Lavezzi cruzar para Higuaín, mas o atacante chegou atrasado e a zaga cortou. Aos 13min, em nova trama pela esquerda, Lavezzi rolou de forma açucarada para Rojo, que chutou cruzado e Benaglio quase engoliu as penas do frango.
Três minutos, aos 16min, Benaglio se recuperou em grande estilo depois de cabeçada de Higuaín que o camisa 1 espalmou para escanteio de forma acrobática. A Argentina tentava não deixar o ritmo cair, enquanto os suíços já estavam bastante desgastados. Aos 22min, após rebote defensivo dos helvéticos, Messi dominou no peito e disparou de primeira, mas a bola passou por cima do gol.
Messi era mesmo quem deveria resolver a situação, e ele tentou. Aos 32min, o camisa 10 pegou rebote da defesa, carregou e bateu forte no canto, Benaglio espalmou e na sobra, Palacio tentou, mas acabou fazendo falta. Messi não desistiu, mas acabava sempre da mesma forma: frustrado. Aos 42min, o atacante fez fila na ponta esquerda e colocou a bola nos pés de Palacio na área, mas ele desperdiçou outra. No fim, a prorrogação foi o caminho certo.
Prorrogação
Os argentinos começaram o tempo extra da mesma forma: pressionando, indo pra cima, ainda que isso significasse pouco. Para se ter ideia, os hermanos não conseguiram finalizar com perigo nenhuma vez e a Suíça até conseguiu aumentar a posse de bola. O único lance que chamou atenção foi um drible que Shaqiri teve de dar no árbitro, que se posicionou mal e levou uma imensa bronca do meia, apagadíssimo no jogo.
Na etapa final da prorrogação, entretanto, os argentinos deram o último gás que restava. Logo aos três minutos, Di María recebeu a direita, cortou para a perna esquerda e disparou, mas Benaglio voou no ângulo esquerdo e colocou para escanteio. O meia, inclusive, era um dos que mais tentava o remate de longe, mas isso não surtia muito efeito.
Só que um dos chutes do meia do Real Madrid teria de entrar. E entrou. E foi graças a Messi. Aos 12min, Seferovic perdeu bola boba no meio-campo e sobrou para Messi, que arrancou, deixou Schar no chão e serviu com açúcar para Di María, na área, pela direita, só bater rasteiro, no canto direito de Benaglio, e correr para o abraço. Só que a partida parecia muito longe de acabar para os argentinos.
A Suíça foi pra cima, com direito a goleiro na área em escanteio, e o empate passou muito perto de ser conquistado. Aos 15min, Shaqiri cruzou da direta e Dzemaili, sozinho, testou firme e a bola explodiu na trave. Na sobra, o próprio Dzemaili, caído, completou pra fora. Com Benaglio na frente, o gol ficou aberto e em uma escapada, aos 17, Di Maria bateu do meio-campo e errou o alvo. Para desespero argentino, aos 18min, Shaqiri sofreu falta na meia-lua. Na cobrança, entretanto, ele acertou a barreira e o árbitro assinalou o fim do jogo.
FICHA TÉCNICA
ARGENTINA 1 X 0 SUÍÇA
Local: Estádio de Itaquera, em São Paulo (SP)
Data: 1º de julho de 2014, terça-feira
Horário: 13 horas (de Brasília)
Árbitro: Jonas Eriksson (Suécia)
Assistentes: Mathias Klasenius e Daniel Warnmark (ambos da Suécia)
Cartões amarelos: Rojo (Argentina). Xhaka, Fernandes (Suíça)
Público: 63.255
GOL:ARGENTINA: Di Maria, aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação
ARGENTINA: Romero; Zabaleta, Garay, Fernández e Rojo (Basanta); Mascherano, Gago (Biglia) e Di María; Messi, Higuaín e Lavezzi (Palacio)
Técnico: Alejandro Sabella
SUÍÇA: Benaglio, Lichtsteiner, Schar, Djourou e Rodríguez; Behrami, Inler, Shaqiri, Xhaka (Gelson Fernandez) e Mehmedi (Dzemaili); Drmic (Seferovic)
Técnico: Ottmar Hitzfeld