Emoção é algo que ninguém pode reclamar que faltou na Copa do Mundo 2014. Mesmo quando o jogo termina empatado sem gols, mesmo quando as defesas se sobressaem aos ataques, as partidas constroem histórias incríveis. A Costa Rica segurou a Holanda durante 120 minutos, Navas e a trave dos “ticos” foram incríveis, mas brilhou a estrela do técnico Van Gaal, que colocou o goleiro Krul só para as cobranças de pênalti e ele defendeu duas cobranças. O 0 a 0 no tempo normal foi decidido com um 4-3 nos pênaltis para os holandeses.
O Jogo
Não foi um show técnico, mas sim um show tático, em que a as duas seleções, com estratégias semelhantes, tentavam “dar o pulo do gato”. A diferença era o super-ataque holandês, que levava mais perigo. A primeira chance real pintou apenas aos 21min, quando Kuyt cruzou rasteiro pra Depay, que encontrou Van Persie em posição legal, mas o chute do atacante parou no grande defesa de Navas. Na sobra, Sneijder bateu e Navas defendeu outra vez.
Outros dois ataques, aos 23 e 24min, chegaram a assustar o goleiro costa-riquenho, mas o impedimento já havia sido assinalado. Aos 28min, a posição foi legal e Navas teve que fazer das suas, em chute forte de Depay. Os “ticos” não faziam nada além de se defender e tentar respirar nos poucos momentos com a bola no pé. E os holandeses tentavam acelerar. Aos 37min, Sneijder tentou em cobrança de falta, a bola foi no cantinho direito, mas Navas saltou para espalmar.
2º Tempo
Com mais de 62% de posse de bola na etapa inicial, os holandeses voltaram do intervalo determinados a abrir o placar. E Navas sabia da missão espinhosa que tinha pela frente. Aos sete minutos, Robben cobrou falta ensaiada para Sneijder, que arriscou, mas a bola passou ao lado do gol. Aos 14min, em uma das poucas tentativas, a Costa Rica chiou: Campbell caiu após ser atingido por Martins Indi, pediu pênalti e o árbitro mandou seguir, para desespero do atacante.
Aliás, o atacante costa-riquenho, um dos destaques da equipe, foi sacado do time logo com 20min para a entrada de Ureña e pareceu não entender a modificação, que fez o time recuar mais ainda. Consequentemente, a Holanda cresceu e Navas teve de ser protagonista, ao lado da benzida trave. Aos 36min, Sneijder tentou surpreender e cobrou falta direta, mas a bola parou na trave direita. Aos 38min, foi a vez de Navas, após disparo a queima-roupa de Van Persie, que quando não estava impedido, levava perigo.
Aos 42min, quando a pressão era quase impossível de suportar, Van Persie continuou perdendo chances, com direito a uma furada incrível após cruzamento de Sneijder da esquerda. Aos 46min, em nova falta direta, Van Persie voltou a ter o goleiro Navas em seu caminho. Aos 47min, a melhor chance terminou com o final mais improvável. Blind cruzou rasteiro da esquerda e sobrou para Van Persie, com Navas já batido, mas o chute parou em Tejeda, que salvou em cima da linha e levou o duelo para a prorrogação.
Prorrogação
O tempo extra começou com mais um impedimento holandês, o décimo no jogo ( ). E começou com Navas salvando mais uma, aos três minutos, quando Vlaar cabeceou após escanteio da direita. Aos sete, os costa-riquenhos chiaram mais uma vez, quando Ureña caiu na área após choque com Vlaar e ficou pedindo pênalti, mais uma vez recusado pelo árbitro. A pressão holandesa foi menor e os ticos conseguiram tocar mais a bola, comandados por Bryan Ruiz.
Van Gaal queria ainda mais força ofensiva e colocou Huntellar no jogo, ficando com cinco atacantes em campo. Só que, por muito pouco, a aposta não rendeu a eliminação holandesa. Aos 11min, em contra-ataque ligeiro, Ureña passou por dois zagueiros e disparou cara a cara com Cillessen, que conseguiu fazer a defesa e salvou a Holanda. Dois minutos depois, a trave, melhor defensora dos ticos, voltou a aparecer em chutaço de Sneijder de longe.
Pênaltis
Antes que encerrasse a prorrogação, o técnico holandês Louis Van Gaal, em uma atitude meio maluca, tirou Cillessen e colocou o goleiro Krul para a disputa de pênaltis. Mas, na série de penalidades, maluquice mesmo era se não o tivesse colocado em campo. Krul foi o herói holandês ao defender duas cobranças, enquanto Navas não impediu nenhuma dos holandeses.
FICHA TÉCNICA
HOLANDA 0 (4) X (3) 0 COSTA RICA
Local: Fonte Nova, Salvador (BA)
Data-Hora: 5/7/2014 – 17h (de Brasília)
Árbitro: Ravshan Irmatov (UZB)
Auxiliares: Abduxamidullo Rasulov (UZB) e Bakhadyr Kochkarov (QUI)
Público: 51.179 pagantes
Cartões amarelos: Martins Indi, Huntelaar (HOL); Umaña, Diaz, González, Acosta (COS)
Gols nos pênaltis: Van Persie, Robben, Sneijder e Kuyt (HOL); Borges, González e Bolaños (COS)
HOLANDA: Cillessen (Krul – 16/2ºT da prorrogação); De Vrij, Vlaar e Martins Indi (Huntelaar – intervalo da prorrogação); Kuyt, Wijnaldum, Sneijder e Blind; Robben, Van Persie e Depay (Lens – 29/2ºT) – Técnico: Louis Van Gaal.
COSTA RICA: Navas; Acosta, González e Umaña; Gamboa (Myrie – 33/2ºT), Tejeda (Cubero – 5/1ºT da prorrogação), Borges e Diaz; Ruiz, Campbell (Ureña – 20/2ºT) e Bolaños – Técnico: Jorge Luis Pinto.