Goiás já registrou 16.712 casos confirmados pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Em entrevista ao Manhã Sagres nesta terça-feira (23) a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim, conta que a taxa de ocupação dos leitos estaduais para pacientes com Covid-19 é de 82%, assim como nas redes particulares. No município, a ocupação é de 86%.

 

Flúvia explica que os números revelam situação de alerta máximo. “Quando a gente chega no número de 80% significa que estamos apresentando uma demanda crescente. Além disso, sabemos que a ampliação dos leitos de UTI tem uma limitação. Existem alguns hospitais que vamos ampliar esses leitos, mas chega uma hora que não conseguimos ampliar mais”, pontua.

A grande preocupação do estado, conforme destaca Flúvia, é chegar a um momento em que não será mais possível adaptar leitos, com o crescimento de número de casos. Segundo os dados da Secretaria Estadual de Saúde, 6.418 novos casos de Covid-19 foram confirmados em uma semana em Goiás.

Flúvia Amorim justifica esse crescimento no número de casos com o surto da doença na BRF em Rio Verde. “Eles testaram cerca de 8.500 pessoas e a positividade lá está em torno de 60%, isso fez com que gerasse um grande acréscimo nos casos em um curto prazo de tempo”, defende.

Questionada sobre a falta de uma política de testagem em massa, a superintendente defendeu que o estado precisa aumentar essa capacidade, embora não seja possível em 100% da população. Segundo ela, isso traria uma melhor visão da situação no momento e do que poderá vir no futuro.

Contudo, Flúvia destaca que apenas a testagem não seria o suficiente. Para uma melhor resposta, as pessoas que testarem positivo teriam que ser isoladas e monitoradas. “Se não fizer isso, de nada adianta. Eu vou ter apenas números falando que os casos realmente aumentaram. Caso contrário, não é possível quebrar a cadeia de transmissão”, explica.

Segundo a superintendente, a demora do processo de compra e a falta dos testes no mercado tem atrasado esse procedimento em Goiás. Ela explica que mesmo com o Decreto de Emergência, os ritos para aquisição de materiais continuam, a diferença é que não precisa de licitação.