Mal no Campeonato Brasileiro, mas com as contas em dia. Esta é a situação do Atlético Clube Goianiense. Tal cenário já foi descrito em diversas entrevistas pelo presidente executivo do clube Adson Batista, e pode ser um atrativo para que o clube siga recebendo propostas de investidores em uma mudança de modelo de gestão para a SAF – Sociedade Anônima o Futebol.

Em entrevista ao Podcast Debates Esportivos – edição 114 – o diretor administrativo do Dragão, Marcos Egídio, responsável pelo adequação do clube para se tornar SAF, revelou que o clube já recebeu algumas propostas, no entanto a boa “saúde” financeira rubro-negra permite que todos os pontos sejam analisados, sem precisar sair correndo atrás de quem tem dinheiro pra investir.

“O momento certo pra receber investimento talvez demore ainda, não dá pra ter certeza pra que as coisas fiquem mais claras. Então quem não precisar sair correndo atrás, não vai ter problema”, disse o dirigente atleticano.

Marcos Egídio em entrevista à Sagres (Foto: Reprodução/Sagres TV)

Comparação com o Bahia

Recentemente o Bahia anunciou a venda do clube para o grupo City, que tem vários clubes pelo mundo, inclusive o Manchester City, da Inglaterra. Os valores divulgados são de investimentos na casa de R$ 1,5 bilhão por 15 anos, cifras que não empolgam o dirigente rubro-negro, que acha que o Atlético Goianiense pode faturar mais.

“Com certeza, porque qualquer time que ficar 15 anos na Série A hoje, já tem um R$ 1,5 bilhão de receitas e patrocínios. A gente fecha caixa com R$ 90, R$ 100 milhões por ano, então já estamos no caminho”, destacou Egídio, que prega cautela quanto à relação dos clubes com novos investidores.

“É preciso que as regras se tornem mais claras para os grandes investidores chegarem. Quando a gente fala do Bahia com R$ 1,5 bilhão, por exemplo, isso ainda não representa ainda os investimentos que virão para o futebol brasileiro. Pode ter certeza que isso é o faturamento de um ano do Flamengo e que o Bahia nunca vai ter um time pra brigar na ponta, porque R$ 20 milhões por mês, o Bahia vai brigar com o Goiás e o Atlético para não cair, porque a gente sabe fazer gestão com pouco e talvez eles não saibam fazer gestão com muito”.

Ainda em comparação com o acordo fechado pelo Bahia, Marcos Egídio voltou a destacar que clubes sem dívidas ou que deve pouso no mercado, se tiverem calma, poderão lucrar no futuro.

“Qualquer valor que for agregado a isso vai ser muito superior ao do Bahia, porque o investidor vai garantir essa receita, ele não vai colocar. O investidor não vai colocar esse dinheiro, ele vai garantir R$ 400 milhões de dívidas que vai assumir, que acredito que não vai pagar, isso vai pra uma recuperação judicial, como o Cruzeiro. Depois que abre a SAF, joga na recuperação e paga no dia que quiser. Então que tiver o recurso, pelo menos a metade do que o City tá colocando no Bahia, no final vai ter mais do que o dobro de superávit ou lucro”, explicou o diretor rubro-negro.

Sem desespero

Outro exemplo citado por Marcos Egídio foi a criação da Liga de Clubes, que está em discussão. Em um primeiro momento, com a provação, os clubes já receberiam um bom aporte financeiro, por isso é viável que os dirigentes esperem mais sobre a SAF, diferente de Botafogo e Cruzeiro, que fecharam com preços abaixo de mercado pois eram inviáveis financeiramente por causa das dívidas.

“Uma Liga, colocaria por baixo, R$ 200 milhões em cada clube pequeno como o nosso. Olha o tamanho da grandeza que vai virar o futebol. Por isso que o momento é pra ter cautela e não sair desesperado e apagar um fogo ou pagar uma conta que a gente ainda não precisa”, finalizou. Ouça na íntegra o Podcast Debates Esportivos com Marcos Egídio, diretor administrativo do Atlético-GO, Edminho Pinheiro, presidente do conselho deliberativo do Goiás, e os comentaristas Charlie Pereira, José Carlos Lopes Wendell Pasquetto.

Em entrevista à Sagres, Marcos Egídio também comentou a possibilidade de ser presidente do Atlético-GO no futuro: