O Goiás se superou no segundo tempo e conseguiu uma virada espetacular sobre o Joinville após terminar a etapa inicial com um déficit de dois gols. Ao fim do jogo, os atletas se reuniram no meio de campo, se abraçaram e cumprimentaram os torcedores que foram ao Olímpico.

Tudo isso parece o roteiro de um time de sucesso, mas não é. O Verdão, apesar do triunfo desta sexta-feira, 11, faz uma campanha apática na Série B e bem abaixo das expectativas de uma equipe que tem um dos elencos mais caros do torneio.

Para o torcedor esmeraldino, o retorno à Série A era esperado imediatamente. O que se viu, porém, foi um time que não conseguiu vencer nenhum clássico na Segundona e brigou mais contra a Série C do que pela elite do futebol nacional.

No jogo contra o JEC, o Goiás começou mal, perdendo por 2 a 0 no primeiro tempo e com uma atuação sofrível. Diante disso, os torcedores se viraram para as tribunas do Olímpico e começaram a protestar contra a má fase do time e também contra os dirigentes. Os principais alvos dos enfurecidos e decepcionados esmeraldinos foram o presidente Sérgio Rassi e o Hailé Pinheiro, presidente do Conselho Deliberativo.

aglomeracao“A culpa é total da diretoria, que não soube contratar, não soube gastar o dinheiro que tinha. Fizeram muita bagunça. Esse ano, estamos envergonhados, passando por um momento que não esperamos passar. Antes, reclamavam da falta de dinheiro, problema que não houve dessa vez. Estamos sendo humilhados. Estamos atrás dos nossos rivais goianos, que não têm metade da nossa receita. É muito triste. Penso que isso deva continuar se essa diretoria permanecer. A gente não tem esperança, porque sabemos quem manda no Goiás, que é a família Pinheiro. Vamos ser torcedores, mas estamos de mãos atadas, enquanto eles permanecerem, tudo isso deve continuar”, afirmou a esmeraldina Luzélia Siqueira.

“O presidente tem que pedir o boné, porque de futebol já vimos que ele não entende. O Goiás tem que colocar gente que sabe de futebol. Um veterinário na diretoria de futebol não dá. Um veterinário sabe de bicho, não de futebol. Tem que colocar gente que entende de futebol. Peão de Hailé no Goiás não dá mais”, protestou o torcedor Pedro Felipe Fernandes.

Além das manifestações contrárias à atual gestão do Verdão, alguns torcedores pediram mais participação na vida política do clube.

“O Sérgio Rassi não entende de futebol, só entende de finanças. A torcida do Goiás já está cansada. Queremos ir para a Série A e ter o torcedor valorizado, com voz dentro do Goiás. O Goiás é fechado ao torcedor, não dá valor à torcida. O Goiás tem que atender aos nossos anseios”, ponderou o esmeraldino Igor Melo.

Sentimento amargo

Os torcedores do Verdão são unânimes em relatar um sentimento de tristeza com a atual situação do clube. Com mais um ano na Série B e poucas perspectivas de mudança, os fãs esmeraldinos se mostram ‘desanimados’.

“O sentimento do torcedor é de desânimo. Hoje vamos ao estádio mais para ver os amigos e pela tradição de comparecer ao estádio do que propriamente vir para assistir o jogo. Hoje é um jogo chato, truncado. Hoje você não vê ânimo de nenhum jogador para com o futebol. Você não sente mais aquela vontade de assistir jogo”, lamentou João Vitor Lopes.

dinheiroUm dos pouco mais de mil torcedores que pagaram ingresso para ver o penúltimo jogo do Goiás em casa, Lopes também palpitou sobre possíveis soluções para tirar o Alviverde do atoleiro.

“A primeira coisa a fazer é tirar a família que todos sabem quem é. Tirar o presidente e começar a fazer o saneamento. O atual presidente fez o saneamento financeiro, agora temos que fazer o saneamento moral do Goiás. Tem que tirar desde os presidentes até os jogadores que não tenham compromisso com o Goiás, pois o clube é maior que todos”, disse João Vitor Lopes.

O protesto de Pedro Felipe Fernandes foi mais direcionado à família Pinheiro.

“O torcedor está cansado desse pessoal que quer mandar e não sabe. O Goiás é grande, tem torcida, uma das melhores estruturas do futebol e não sabe aproveitar. Fora, família Pinheiro! Do jeito que está, não dá mais”, esbravejou o torcedor.

Para acompanhar Goiás e Joinville, 1.384 torcedores pagaram ingresso, enquanto 2.281 compareceram ao Olímpico. A última partida esmeraldina em casa está marcada para o dia 26 de novembro, contra o Sampaio Corrêa.