FÁBIO PESCARINI
SANTOS, SP (FOLHAPRESS)
– O adeus ao Rei do Futebol necessitou paciência e protetor solar. Quatro filas em zig-zag em uma das laterais do estádio da Vila Belmiro, em Santos, marcaram o início do velório de Pelé, às 10h desta segunda-feira (2). Amigos e parentes foram os primeiros a entrar. O corpo do ex-jogador, morto na última quinta-feira (29), chegou ao estádio que o projetou ao futebol as 4h54, após duas horas de cortejo desde o Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo.

Integrantes de uma torcida organizada soltaram fogos na chegada do corpo em carro funerário escoltado por batedores e carros da polícia. Ao redor do estádio há várias faixas em comércios e casas em homenagem a Pelé. Desde então, a fila foi crescendo lentamente até torcedores e fãs chegarem em peso, a partir das 8h30.

Há cerca de mil jornalistas credenciados entre brasileiros e estrangeiros, como ingleses, italianos, mexicanos e de países sul-americanos.
O caixão foi colocado em uma tenda no meio do gramado por volta das 9h30. O ex-atacante Pepe, parceiro histórico de Pelé com a camisa do Santos, foi um dos primeiros a se aproximar.Pouco antes, o sistema de som da Vila tocou o hino do Santos e uma música cantada pelo Rei, em que ele dizia que era o Pelé e que havia vindo de Três Corações (MG).

O gari Saulo Duarte Soares, 36, de Juquiá (SP), chegou a Santos na sexta-feira (30) exclusivamente para participar do funeral.
Antes de entrar na fila, viu a homenagem com drones ao Rei na virada do ano, na Praia do Gonzaga. Nesta terça iria ver Pelé pela segunda vez. A primeira foi quando era ainda adolescente, na inauguração de um ginásio em sua cidade. “Vou entrar na fila quantas vezes conseguir até amanhã [terça]”, afirmou o gari, que disse contar com a colaboração de vizinhos da Vila para ir ao banheiro, comer e tomar banho.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, foi a primeira autoridade a chegar nesta segunda. Pouco depois, chegou ao local o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Também estão confirmadas as presenças do chefe da CBF, Ednaldo Rodrigues, do governador Tarcísio de Freitas (Podemos) e do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), além de ex-jogadores do Santos, que têm uma entrada exclusiva no estádio.

Muitos anônimos vieram de longe, como a servidora pública Adriana Bonfim, 53, que pegou um voo no início da noite de domingo em Brasília, alugou um carro em São Paulo e passou madrugada à espera do início do velório. “Fiz isso pelo que ele representou ao Brasil”, disse.

Leia mais