O secretário de Governo da prefeitura de Goiânia, Osmar Magalhães, adotou tom comedido e defendeu o diálogo com o Governo Estadual para solucionar os atritos a respeito da qualidade do serviço de tratamento de água e esgoto prestado pela Saneago. Apesar da sinalização, na prática a administração deu o primeiro passo para colocar fim no contrato. Segundo o auxiliar, o prefeito Paulo Garcia deve anunciar ainda hoje os membros da comissão que irá realizar um estudo sobre os serviços prestados pela estatal.

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Osmar frisou que não existe inicialmente qualquer disposição para o rompimento de contrato com a Saneago ou “intempestividades” com a implantação do grupo de trabalho. O secretário defende que a sociedade precisa saber como estão os serviços prestados pela estatal e que os estudos apontarão a solução, mas confirma que a resposta pode passar pela municipalização ou terceirização das atividades.

“Apenas a partir dos estudos você pode ter indicadores sobre as possíveis soluções, se é a municipalização, a terceirização ou qual é a medida a ser tomada. Não há, a priori, qualquer disposição de confronto em relação a isso. O que se quer é que Goiânia tem que ter um serviço de água e esgoto de alto nível, tem que ser atendida nesse setor e para isso é necessário que as coisas estejam absolutamente claras do ponto de vista da relação entre estado e município”, disse o secretário.

Questionado pela equipe da Rádio 730 sobre se os serviços atualmente não estariam em alto nível, Osmar disse que existe “uma demanda extraordinária” e que basta ir à Secretaria de Planejamento de Goiânia para encontrar diversos processos de empreendimentos importantes que não podem ser implantados por falta de água. Ao ser indagado sobre quais seriam esses projetos, o secretário não soube precisar especificamente, mas disse que a comissão irá demonstrar que se não há universalização do serviço hoje, o cenário seria ainda mais complicado com a possível expansão da capital.

Ao comentar a posição do governador Marconi Perillo de buscar diálogo com a prefeitura de Goiânia para tentar solucionar os problemas, Osmar disse que para abrir as conversas é preciso ter todos os dados disponíveis. Esse também seria o papel da comissão: municiar a administração da cidade para a mesa de negociações.  No final da entrevista, Osmar voltou a dizer que os recentes atritos entre a prefeitura e o Governo Estadual – entre eles a disputa pela presidência da Câmara, a concessão da Saneago e mais recentemente a adesão da secretária de Defesa Social, Adriana Accorsi – não irão acirrar os ânimos entre o Paço e o Palácio das Esmeraldas. “Nada disso visa confronto, tudo visa o bem estar de um e de outro. Quando há responsabilidade e políticas corretas não há nenhum perigo de ruptura entre entes importantes que devem se relacionar de forma responsável”.