Inteligência Artificial no ensino superior foi o tema em destaque no 8º Congresso de Graduação da USP. O evento reuniu especialistas no campus da universidade em São Carlos nos dias 31 de outubro e 1º de novembro. As exposições envolveram os impactos, potencialidades e ética do uso da inteligência artificial na graduação universitária.
O tema do Congresso foi Inteligência artificial na graduação: um convite ao debate. Então, estudantes, professores, funcionários, dirigentes e presidentes de Comissão de Graduação participaram de mesas-redondas, apresentação de especialistas, sessão de pôsteres digitais, exposições e atividades culturais sobre a IA na Graduação.
O evento apresentou o tema em cinco aspectos: impactos e potencialidades no ensino-aprendizagem; implicações psicológicas e sociais, investigações exploratórias no ensino; aspectos éticos e desenvolvimento profissional do docente em formar-se e formar.
Confira na íntegra as cinco abordagens temáticas e reflexões ocorridas no congresso aqui.
Uso da IA
O uso da Inteligência Artificial na educação está em destaque em todo o mundo. Portanto, Marcos Garcia Neira, pró-reitor adjunto de Graduação da USP afirmou que o evento contemplou os anseios da comunidade universitária sobre as possibilidades e os limites das ferramentas.
“Nós consideramos a interação professor-aluno em sala de aula um momento imprescindível do espaço de formação, no entanto, as tecnologias podem ajudar a complementar e reforçar essa relação, eventualmente tirando alguns conteúdos meramente expositivos que podem ser tratados a distância, de forma assíncrona, e preparando os estudantes para o momento valioso de interação com os professores para a solução de questões, baseadas em conhecimentos e pressupostos teóricos que eles podem adquirir usando o apoio da tecnologia”, disse.
Aluisio Segurado, pró-reitor de Graduação da USP, ressaltou a relevância de abordar a tecnologia no ensino superior. “Vivemos no mundo atual a revolução das tecnologias de informação e comunicação, que perpassam todas as dimensões da nossa vida, impactam as relações sociais, interferem em todos os processos organizacionais e, sem dúvida, tem relação profunda com os processos pedagógicos e educacionais”, destacou.
Formação dos docentes
Um dos assuntos em destaque no Congresso foi a formação dos docentes para trabalhar com a Inteligência Artificial. Aluisio Segurado destacou que para implementar novas tecnologias no ensino é imprescindível pensar na formação dos professores.
“A gente precisa formar docentes, o que passa pela pós-graduação, e modernizar a nossa graduação com olhar no protagonismo dos alunos”, contou.
Incorporação
A USP possui um Grupo de Trabalho dedicado exclusivamente à incorporação de novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. Segurado apontou a importância de discutir essas tecnologias antes do início do uso para estabelecer uma visão crítica.
“Esses recursos são muito eficazes e muito interessantes na questão da aprendizagem, mas nós somos educadores, e o nosso trabalho vai além da aprendizagem. Sim, é importante que nós trabalhemos não só esse recurso (IA), mas com muitos outros, lembrando que isso é um pedacinho do trabalho e jamais nos substituirá”, apontou Neira.
Ao contrário da ideia que as tecnologias substituem o papel do professor, Marcos Garcia Neira, pró-reitor adjunto de Graduação, acredita que o trabalho dos docentes ficará mais complexo.
“Penso que o nosso trabalho, como professores e educadores, se complexifica e se torna ainda mais importante, com um nível maior de rigor”, finalizou.
*Com informações do Jornal da USP
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