A sexta edição do Desafio Criativos da Escola, do Instituto Alana, foi lançada no dia 18 de agosto e está com inscrições abertas. A premiação de 2020 foi reconfigurada, devido aos desafios da pandemia da Covid-19, e será uma jornada com uma série de missões para mobilizar estudantes de todo o país. O projeto tem como objetivo mobilizar crianças e adolescentes, para que saibam que são protagonistas das transformações que desejam ver no mundo.

A estudante Alicy Neres, uma das premiadas do Desafio Criativos da Escola de 2019, com o projeto Células Motivadoras, realizado em Santana do Cariri (CE), explicou que projeto teve início por conta da evasão escolar todos os anos.

“Quando eu entrei na Escola Estadual Adrião do Vale Nuvens, no ano de 2018, conversando com uma amiga, percebemos que existia muitos alunos faltosos na nossa sala e pesquisando mais constatamos que isso acontecia na escola toda. Então decidimos fazer alguma coisa a respeito”, afirmou Alicy.

As alunas pesquisaram os motivos da evasão escolar no município e descobriram que os meninos abandonavam os estudos, principalmente, para trabalhar, e as meninas quando ficavam grávidas. A partir dessas informações, elas decidiram intervir.

“Organizamos rodas de conversas, palestras, criamos um grupo de apoio em cada turma e chamados de Células Motivadoras, fizemos também cartas com mensagens escritas para os colegas que tinham abandonado a escola”, esclareceu Alicy Neres.

Os esforços deram resultado. O número de alunos que abandonaram a Escola Estadual Adrião do Vale Nuvens caiu de 79, em 2017, para menos de 10, em 2019.

E Se Fosse Com Você?

A estudante Betina Garcia, também foi premiada no desafio do Instituto Alana de 2019. O projeto E Se Fosse Com Você? realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Emília de Paula, em Sapiranga (RS), fala sobre o cenário de violência contra a mulher.

Segundo a adolescente, a ideia do projeto surgiu quando ela conversava com duas amigas sobre violência contra as mulheres. Juntas descobriram que havia vários casos na cidade e até em suas próprias famílias.

“A gente começou a se perguntar por que não trazer para a escola um projeto para falar com os jovens, mostrando que não é normal o pai bater na mãe?”, explicou a estudante.

As amigas criaram um clube para discutir ações contra o feminicídio e mobilizaram educadores para ajudar nas discussões sobre o machismo. “Organizamos rodas de conversa entre meninas, fizemos debates para alunas e alunos e fizemos a leitura de contos e obras infantis sobre o feminicídio e igualdade de gênero”, afirmou.

As estudantes conseguiram o apoio da Secretaria Municipal de Educação e aprovaram uma lei que promove a discussão sobre igualdade de gênero e combate à violência contra mulher nas escolas de toda cidade.

Confira a entrevista das estudantes na íntegra no Tom Maior #81