Adversário do Vila Nova nesta noite, às 19h, no estádio Serra Dourada, pela 12ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, o Bragantino tem roubado a atenção no futebol brasileiro desde que passou a fazer parte do projeto esportivo da Red Bull. Além dos investimentos e o discurso ambicioso, o time lidera a segunda divisão desde o início da temporada e tem tanto a melhor defesa quanto o melhor ataque da competição.
Realidade oposta à do Vila Nova, que não vive bom momento e tem somente dois pontos de vantagem na primeira posição acima da zona de rebaixamento, compartilhando com outras três equipes o menor número de gols marcados. No lado do time de Bragança Paulista ainda está um velho conhecido do clube colorado: o treinador Antônio Carlos Zago, que teve passagem em 2011 no Onésio Brasileiro Alvarenga.
Entrevistado especial do programa K é Nacional com Juliano Moreira, entre as ambições na carreira de treinador e o momento do futebol brasileiro, o ex-zagueiro também destacou o audacioso projeto do Bragantino. “A empresa vem investindo bastante e é uma oportunidade para se firmar no meio dos grandes treinadores do futebol brasileiro. Espero conseguir o nosso objetivo, que é disputar a Série A no próximo ano, e depois quem sabe sonhando com Sul-Americana e Libertadores”, frisou o também ex-vilanovense.
Juliano Moreira e Ant\ônio Carlos Zago
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Ainda mais confiante que o treinador é o presidente Marquinho Chedid, que garante a presença do Massa Bruta na principal competição continental da América do Sul dentro de dois anos. “Os investimentos que estão fazendo, tanto na parte física do estádio quanto na parte estrutural dos departamentos, são uma mudança total. Tem um trabalho bem estruturado, que a Red Bull faz nos outros clubes: a forma do Bragantino de jogar é uniforme como nos outros times. Os jogadores que ficaram os 15 dias na intertemporada na Áustria viram o trabalho, a estrutura e onde podem chegar jogando aqui”.
Para chegar à parceria com a empresa de bebidas energéticas, porém, a família Chedid precisou abrir mão de muita coisa dentro do clube. Tradicional no comando do Braga, inclusive levando o nome do histórico dirigente Nabi Abi Chedid no seu estádio, a família de origem libanesa não mais comanda o futebol. Toda a parte administrativa e financeira que envolve o departamento de futebol do clube são de responsabilidade da Red Bull.
Segundo Marquinho, o segredo para o sucesso “é o desapego. Eu gostava de contratar jogador, de acompanhar os treinos, de viajar, mas a minha posição agora ficou mais de supervisão”, ressalta. “O tempo passa, as coisas mudam e precisamos inovar. O caminho é profissionalizar o futebol. Mas como profissionalizar? Não é contratar aquele que foi jogador, mas procurar grandes empresas que podem fazer os investimentos e ter uma linha de sucesso. O Bragantino vai subir porque tem uma estrutura montada em cima disso”.
“Você põe pessoas competentes para fazer e cobrar delas. O dinheiro para pagar isso vem do comando de uma grande empresa, que vai contratar os profissionais e ter o retorno das vendas de jogadores. O que sobra? Um clube forte, com títulos e disputando grandes competições. O segredo é desapegar. Abrir mão da vaidade para deixar o clube mais forte”, complementa o dirigente, que fez questão de defender a história nas negociações: o nome Bragantino segue, assim como o branco e o preto, além do nome do seu pai no estádio.
Com a Red Bull responsável pela administração do futebol, o clube não tem despesa e as contas estão sendo regularizadas para dar margem de manobra maior para novos investimentos. Para Chedid, esse é um “momento importante na vida do Bragantino e do futebol brasileiro para mostrar que vamos mudar o modelo de futebol no Brasil. A nossa visão é a de melhorar o Bragantino, mas também para demonstrar aos clubes, dirigentes e governantes como mudar o modelo, porque se continuar como está os clubes irão acabar endividados”.
“É um caminho não só na Série B, como na C, na D e hoje a Série A só está tocando por causa da televisão. Na hora que não tiver mais o dinheiro, os clubes irão passar por uma situação difícil. Nós precisamos mudar essa estrutura. Até quando a televisão continuará pagando esses valores e terá condição de vender?”, questiona Marquinho, que destaca que “o modelo precisa ser clube-empresa, para que as empresas possam investir no clube, que hoje é um negócio e que ela tenha retorno e segurança nos seus investimentos”.
O dirigente do Bragantino espera retomar os anos dourados, quando o clube foi campeão da Série B em 1989 e do Campeonato Paulista em 1990 com Vanderlei Luxemburgo, além de vice da Série A de 1991 com Carlos Alberto Parreira, porém agora sem o paternalismo da sua família. “O torcedor de Bragança, de Goiânia, de Brasília, do Rio apenas quer ver o seu time ganhar, ser campeão. É isso que ele quer e está acontecendo em Bragança. Os números do futebol estão se tornando insuportáveis e o torcedor não pode pagar a conta”.
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