O vereador Paulo Magalhães (SDD) ameaça iniciar um processo contra sua colega de partido na Câmara, Cida Garcez, no Conselho de Ética da Casa. O motivo é uma troca de acusações realizada no plenário da casa na sessão ordinária da última quarta-feira. A conversa começou sobre um projeto que permite a construção de prédios no entorno do Jardim Botânico, no Setor Pedro Ludovico. A área tem atuação de Paulo Magalhães, que é contra os empreendimentos.

A discussão descambou para questões pessoais e Paulo lembrou da ligação feita por Cida, e gravada pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo, para o empresário condenado Carlos Cachoeira. “Eu escovo a minha boca todos os dias e não falei mal dele. Agora eu tenho uma grande satisfação presidente, em falar bobagem, ser ignorante, falar alto, mas nunca liguei para o Cachoeira para não bater ponto,” provocou.

Logo depois, Cida Garcez respondeu no plenário e fez sua defesa em relação ao relacionamento com Cachoeira. Ela elogiou o bicheiro. “Ele (Paulo) acha que me ofende falando do Cachoeira. Ele é uma pessoa boa e eu gosto dele como ser humano. Aliás, ele é muito mais ser humano do que você, pois ele faz caridade todos os dias. Tudo que você faz, você cobra em dobro,” defendeu.

De acordo com a parlamentar, ela conversou com Cachoeira para que ele intervisse junto ao secretário de Indústria e Comércio para que pudesse ser liberada de bater ponto alguns dias, quando estava fora da Secretaria representando a pasta.

No final, Cidade acusou Paulo Magalhães de ter comprado votos na eleição de 2012. “Você não é nada Paulo. Você é este monte de coisa sentada nessa cadeira. Você foi eleito por sorte, por sorte não, comprou muitos votos porque o senhor tem dinheiro pra isso,” disparou.

Esta acusação é o principal motivador para o processo de Paulo Magalhães contra Cida Garcez. Em entrevista, o vereador explica o que pretende levar ao Conselho de Ética da Câmara. “Ela faltou com o respeito com o vereador e como um homem mais velho que ela.

Ela só está no Solidariedade porque eu implorei para o presidente do partido aceita-la. Ela afirmou no plenário que eu comprei voto, vai ter que provar. A única coisa que eu falei pra ela é que ela mata serviço demais, e eu sempre colaborando com ela que sempre está doente, vive doente e tem preguiça,” criticou.

A vereadora Cida Garcez conversou com a reportagem, mas preferiu não gravar entrevista. Ela apenas afirmou que vai se defender da acusação de quebra de decoro parlamentar durante a análise do Conselho de Ética.

Ao fim da discussão no plenário, o presidente da Câmara, Clécio Alves (PMDB), pediu calma aos vereadores e sugeriu chá de camomila. “Senhores vereadores eu gostaria humildemente pedir a vossas excelências que possamos nos acalmar, chá de camomila ou erva cidreira. Nós temos três anos para convivermos juntos harmonicamente,” disse.