O Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia aprovou e apresentou o 1º Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, nesta segunda-feira (29). O documento produzido por mais de 300 pessoas da iniciativa privada, especialistas, órgão de regulação e sociedade civil organizada tem o objetivo de dar ao país um supercomputador e a capacidade de desenvolver modelos nacionais de IA.

A ideia é criar tecnologias avançadas e com a linguagem em português, com dados nacionais das características culturais, sociais e linguísticas do Brasil. O projeto receberá R$ 23,03 bilhões em investimentos até 2028. O Plano atende os objetivos de fortalecer a soberania do país e alcançar liderança global em inteligência artificial (IA) pelo desenvolvimento tecnológico nacional.

Com 54 ações concretas, o plano está dividido em cinco eixos: infraestrutura e desenvolvimento de IA; difusão, formação e capacitação em IA; IA para melhoria dos serviços públicos; IA para inovação empresarial; e apoio ao processo regulatório e de governança da IA.

Tecnologia nacional

A apresentação do documento aconteceu durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou  o “marco” que mostra o desejo de ousadia do país num cenário promissor no mundo.

“O Brasil precisa aprender a voar, o Brasil não pode ficar dependendo a vida inteira. Nós somos grandes, nós temos inteligência, o que nós precisamos é ter ousadia de fazer as coisas acontecerem”, disse.

Os recursos para o plano são créditos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além de parte do Orçamento da União, do setor privado, de empresas estatais e outros meios.

Inovação

O governo federal pediu em março que o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia apresentasse um projeto sobre inteligência artificial para tornar o Brasil competitivo na área. Por isso o 1º Plano Brasileiro de Inteligência Artificial está sendo apresentado.

Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, disse que o plano é viável para o país e afirmou que ele começa com orçamento parecido com os investimentos da União Europeia na área. “É claro que esses investimentos na União Europeia já vêm de antes, mas nós vamos chegar com força”, ressaltou.

“Cada pessoa ou coisa conectada à internet produz dados, o Brasil tem muitos dados que são cobiçados pelas grandes big techs e nós vamos ter os nossos dados, que haverá de ter uma integração que não há hoje e com nuvem própria, soberana, brasileira, com linguagem brasileira. Soberania, autonomia para poder fazer valer a inteligência do nosso país”, destacou.

*Com Agência Brasil

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 09 – Indústria, inovação e infraestrutura.

Leia mais: