Ambientalistas e organizações da sociedade civil divulgaram na última sexta- feira (15) uma manifestação de repúdio à política energética brasileira e seus estímulos aos combustíveis fósseis. Proposta pelo Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) e com outras 105 assinaturas, o manifesto critica, entre outros pontos, os recursos destinados à “expansão da energia fóssil” no plano estratégico para 2024-2028 da Petrobras.

Outros pontos questionados no manifesto, são: a adesão do Brasil à OPEP+ – um “cartel internacional que defende o mercado global de combustíveis fósseis”, além do recente leilão de campos de petróleo realizado pela ANP, que afeta áreas ambientalmente sensíveis.

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Opinião

Para Carlos Bocuhy, presidente do Proam, o “banimento dos combustíveis fósseis contribuiria especialmente para salvar a vida de crianças e idosos, os mais vulneráveis aos efeitos nocivos dos poluentes atmosféricos”, mas a tendência é outra.

“O Brasil ocupa a 8ª posição global na exploração e exportação de combustíveis fósseis, com fortes perspectivas de ampliação e as continuadas sinalizações estatais de apoio aos fósseis direcionam negativamente o fluxo financeiro do mercado”, completou Bocuhy.

O manifesto ainda afirma que “as atuais escolhas governamentais ferem o preceito fundamental da proteção do meio ambiente e da vida”, contrariando compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (CNUCD) – ambos assinados na Eco-92 –, e tratados na área de direitos humanos.

Para Yara Schaeffer Novelli, coordenadora científica do Observatório de Governança Ambiental do Brasil, a proteção do meio ambiente deveria ser prioridade, levando em conta a crise climática.

“Não há justificativa econômica para maior carbonização do planeta diante das comprovadas, evidentes e trágicas consequências do aquecimento global, especialmente para as populações mais humildes e vulneráveis”, finalizou.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12  Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13  Ação Global Contra a Mudança Climática; ODS 15 – Vida na Terra; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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