O Tribunal de Justiça de Goiás vai decidir nesta quarta-feira (7) se autoriza a CPI da Assembleia a investigar os contratos da empreiteira Delta com prefeituras de cidades goianas administradas por petistas e peemedebistas. A CPI foi suspensa quando oficialmente comunicada de mandado de segurança expedido pelo TJ, que proíbe a investigação.
O recurso a ser julgado foi protocolado pela Procuradoria da Assembleia para poder ter acesso às contas das administrações que contrataram a construtora. Suspensa pela Justiça desde agosto, a CPI estadual pretende agora convocar o empresário Fernando Cavendish, que era presidente da Delta quando a Operação Monte Carlo foi deflagrada, e o próprio Cachoeira.
De acordo com o Jornal Estadão, se obtiver a autorização judicial, a CPI vai ter acesso às contas bancárias de cinco prefeituras: Goiânia (PT), Anápolis (PT) e Aparecida de Goiânia (PMDB), cujos prefeitos foram reeleitos em 2012; e Catalão e Águas Lindas, cujas administrações passaram das mãos do PMDB e PT para o PSDB e PTB, respectivamente.
A publicação ressalta ainda que em Goiânia, o prefeito Paulo Garcia (PT) suspendeu os contratos com a Delta no ano passado, após o surgimento do escândalo. Entre 2010 e 2011, a construtora recebeu R$ 54,2 milhões para implantação de infraestrutura urbana e a construção de um viaduto na cidade. Em Anápolis, o contrato da empreiteira para varrição das ruas do município foi reajustado em R$ 40 milhões pelo prefeito Antonio Gomide (PT).
A comissão estadual foi instalada em maio, na esteira da Monte Carlo, que levou à prisão o contraventor Carlinhos Cachoeira. O objetivo era apurar ligações de agentes públicos com o contraventor e possíveis irregularidades em contratos firmados pelas prefeituras goianas com a Delta entre 1995 e 2012.