A Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) tem sido um catalisador essencial no avanço do ensino de ciências em Goiás e em todo o Brasil. Ao capacitar os estudantes para a tomada de decisões e resolução de problemas, a ONC não apenas aprimora o desempenho acadêmico, mas também fortalece sua capacidade de exercer a cidadania de maneira crítica e informada.

A importância da inclusão social é enfatizada, reconhecendo que indivíduos com diversas limitações enfrentam exclusão devido ao preconceito ou falta de estrutura adequada. Nesse sentido, iniciativas como a ONC se destacam, oferecendo oportunidades no contraturno escolar para alunos de todas as origens, tanto de escolas públicas quanto privadas, preparando-os para competições de conhecimento, especialmente a ONC.

A ONC, apoiada pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é um exemplo vívido da aplicação do princípio da indissociabilidade, conforme expresso no artigo 207 da Constituição Federal de 1988. A interconexão entre ensino, pesquisa e extensão é fundamental para o desenvolvimento educacional e científico do país.

Esse princípio “possibilita novas formas pedagógicas de reprodução, produção e socialização de conhecimentos, efetivando a interdisciplinaridade. Ela oportuniza também superar a dicotomia entre teoria/prática, sujeito/objeto, empiria/razão, constituindo outro fundamento epistêmico”, defendem Puhl e Dresch (2016, p. 38).

Crescimento

Desde sua criação em 2016 pela Coordenação Geral de Popularização da Ciência do MCTI, a ONC cresceu exponencialmente, tornando-se um dos principais eventos científicos do Brasil. Em parceria com sociedades científicas renomadas como a Sociedade Brasileira de Física (SBF), a Associação Brasileira de Química (ABQ), entre outras, a ONC abrange milhões de estudantes em todo o país.

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) desempenha um papel crucial na organização da ONC, como parte de seu projeto de extensão. Envolvendo tanto alunos quanto professores do curso de Licenciatura em Campo da UFPI, as atividades promovem interação e enriquecimento mútuo entre todos os participantes.

A ONC é regida por um regulamento divulgado em seu site e conta também com subcoordenações estaduais. A Olimpíada Nacional de Ciências se organiza em cinco categorias: Nível A (6º e 7º anos); Nível B (8º e 9º anos); Nível C (1º Ensino Médio); Nível D (2º Ensino Médio) e Nível E (3º Ensino Médio e 4º ano técnico) (ONC, 2024).

As provas são divididas em duas fases, sendo que participam da segunda fase os estudantes que atingem o número mínimo de acertos estipulados pela comissão da ONC na primeira fase. Apesar de contemplar a possibilidade de realização das provas impressas, ambas as fases são realizadas preferencialmente em formato digital, por meio de dispositivos eletrônicos como computadores, tablets ou smartphones. Os estudantes resolvem questões que envolvem Astronomia, Biologia, Física, História e Química (ONC, 2024).

Goiás

Em Goiás, a Olimpíada Nacional de Ciências é uma ação da Universidade Federal de Goiás (UFG) e compõe o Programa de Apoio às Olimpíadas Científicas da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec).

Desde a sua primeira edição em Goiás, no ano de 2016, a ONC tem ampliado a participação dos estudantes e o envolvimento de professores, gestores pedagógicos e diretores de instituições de ensino no estado de Goiás. Tendo em perspectiva os últimos quatro anos (2020 a 2023), houve um crescimento de 76% no número de participantes. Houve um aumento de 65.304 participantes na edição de 2020 para 115.000 participantes na edição de 2023, segundo dados da ONC.

Tabela ONC
Fonte: ONC, 2024

Na edição de 2023, com o título “A Ciência na era da inteligência artificial”, foram 436 estudantes premiados. Desses, 215 foram medalhistas nas categorias bronze, prata e ouro. Além disso, foram 91 professores premiados e 114 cidades participantes do estado de Goiás.

O êxito crescente da ONC em Goiás e em todo o Brasil demonstra a importância do incentivo na formação de estudantes e do investimento na capacitação de docentes para o desenvolvimento do conhecimento em nosso país e para a formação de cidadãos críticos, capazes de exercer plenamente seus direitos e deveres, e de construir uma sociedade que valorize cada vez mais a ciência e as instituições que prezam por ela.

*Com informações de Renato Cândido da Silva e Clediomar Martins Costa Filho do Jornal da UFG

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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