Foto: Divulgação 

Nesta semana, a Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou o relatório “Situação Econômica Mundial e Pespectivas 2020”. A principal conclusão foi que, para este ano, a atividade econômica deve sofrer uma leve aceleração se os riscos forem mitigados. Em 2019, com as consequências de guerras comerciais, a economia global teve o menor crescimento em uma década, caindo para 2,3%.

No Brasil, a expectativa é de recuperação da demanda doméstica, com crescimento de 1,7% neste ano. A taxa é 0,8 pontos percentuais inferior ao que a própria entidade estimava para o Brasil, no ano passado. A estimativa é também inferior aos números apresentados pelo Ministério da Economia. Nesta semana, a pasta estimou que a expansão em 2020 será de 2,4%.

Pelos números das Nações Unidas, não existem dúvidas de que a expansão brasileira reflete uma melhoria em comparação às taxas registradas entre 2014 e 2019. No ano passado, o crescimento foi de apenas 1%. Ainda assim, a recuperação no Brasil para 2020 é considerada como “lenta”. Para a economia mundial, a ONU estima que a expansão será de 2,5% neste ano.

Em 2021, será registrada mais uma expansão no Brasil, com alta de 2,3%. Mas ficará abaixo da média mundial de 2,7%. Claramente, os dados da ONU mostram que o Brasil também continua abaixo da média de crescimento. A taxa de expansão prevista para 2020 entre as economias em desenvolvimento é de 4%, mais de duas vezes superior ao ritmo brasileiro.

A ONU estimava inicialmente que a economia brasileira teria uma expansão de 2,1% no ano passado. Mas acabou crescendo a uma taxa de apenas 1%, contra 2,5% na média da economia mundial.

O PIB per capita no Brasil também registrará uma aceleração neste ano. Depois de crescimento de apenas 0,2% em 2019, o crescimento será de 0,9% e 1,6% em 2021. Mas sempre abaixo da média mundial.

Mundo

O relatório aponta que o crescimento global de 2,5% em 2020 é possível, mas o aumento de tensões comerciais, a turbulência financeira ou a escalada de tensões geopolíticas podem impedir esta recuperação. Num cenário negativo, o crescimento global pode desacelerar para apenas 1,8% neste ano.

Uma prolongada fraqueza na atividade econômica global pode causar significativos retrocessos para o desenvolvimento sustentável, incluindo objetivos como erradicação da pobreza e criação de trabalho decente para todos. Ao mesmo tempo, desigualdades generalizadas e o aprofundamento da crise climática provocam crescente descontentamento em muitas partes do mundo.

De acordo com o secretário-geral da ONU, António Guterres, estes riscos podem provocar danos severos e prolongados às perspectivas de desenvolvimento. “Também ameaçam encorajar um aumento de políticas mais introspectivas, num momento em que a cooperação global é indispensável”, alertou a liderança das Nações Unidas.