SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O novo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cor, disse nesta quinta (3), que somente a inclusão da iniciativa privada no fluxo de investimentos e a redução da participação do estado permitirão a geração de crescimento econômico e desenvolvimento para o Brasil.

Há uma semana no cargo, Mac Cor afirmou que o desafio da pasta é gestão de “mais de R$ 1 trilhão em imóveis e na supervisão das estatais que hoje somam ativos de quase R$ 5 trilhões”.

Ao comparar essa estrutura com investimentos feitos por pessoas ou empresas, o novo secretário disse que há momentos em que “se entende que esses ativos não são mais necessários e cumprem um papel melhor fora da sua carteira.”

Mac Cor participou nesta manhã, por meio de videoconferência, de um fórum empresarial promovido pela Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina), quando fez elogios ao antecessor, Salim Mattar, que deixou o governo expressando descontentamento com o ritmo das privatizações e reformas planejadas pelo ministro Paulo Guedes.

“Meu antecessor, Salim Mattar, fez um trabalho extraordinário de quebra da inércia dessa forma de pensar. É importante a gente lembrar que entre 1990 e 2000, nós privatizamos 71 empresas no Brasil. A partir dessa data, nada foi feito. Até o ano de 2016, nenhuma empresa foi privatizada.”

Novo na pasta, Diogo Mac Cord já integrava a equipe do Ministério da Economia desde o início do governo Bolsonaro -ele era secretário de Desenvolvimento da Infraestrutura. Nesta quinta, ele disse que em sua agenda anterior, olhava principalmente para o futuro, para os efeitos dos marcos setoriais, como o saneamento, de gás, de mobilidade urbana de do setor elétrico.

“Agora, nessa minha cadeira, eu olho o estoque. Ou seja, como a gente reduz toda a participação estatal que já existe na economia”, disse. Para o novo secretário, a redução do estoque de estatais -ou ativos subutilizados- terá efeitos não apenas para o tamanho da máquina pública e de gastos.

“Uma vez que a gente reduz as despesas, a gente tem, na sequência, que trabalhar para a redução de impostos”, afirmou. “E o ativo que se encontra hoje subutilizado, vender, trazer a inciativa privada para dentro do jogo e, com iso, multiplicar o capital.”

Diogo Mac Cor disse também que o governo está buscando um tratamento mais racional para reduzir o estoque de imóveis, por meio de seis frentes de atuação, que incluem modelos de regularização de áreas públicas para atendimento de habitação de interesse social, leilões via internet em dois dias da semana e um novo tipo de venda, a que o secretário chamou de “inversão da lógica”.

Nesse tipo de comercialização, segundo ele, os interessados em comprar áreas públicas apresentariam um laudo de viabilidade ao governo que, se considerar viável, abre a licitação para comercialização. Nesse certame, o proponente teria prioridade na compra desse imóvel.