O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), deflagrou operação para conter e punir as ações criminosas de desmatamento registradas no território Kalunga, comunidade quilombola do Estado. O governador Ronaldo Caiado determinou ação enérgica no caso. A princípio, já foi verificada destruição de vegetação em cerca de mil hectares, metade deles recentes, ocorrida no mês de maio. A área equivale a 1,4 mil campos de futebol.

Segundo o governo, a destruição chegou ao conhecimento da Semad na terça-feira (2), que apurou o fato por meio de levantamentos de imagens de satélite. O desmatamento de quase mil hectares foi identificado em propriedades que ainda não foram desapropriadas, mas que estão dentro do território quilombola, e parte na Área de Proteção Ambiental (APA) de Pouso Alto, sob gestão estadual.

O território Kalunga, embora esteja ligado à gestão do governo federal, tem atuação também estadual no que diz respeito à proteção do meio ambiente.

“Infelizmente, na Semana do Meio Ambiente, nós temos que fazer uma ação de fiscalização tão dura na região mais preservada do Cerrado brasileiro, onde nascem as águas dos principais rios brasileiros”, afirma a secretária Andréa Vulcanis, que se deslocou nesta quinta-feira (4) até Cavalcante, nordeste do estado, para acompanhar a operação.

“O território Kalunga está sob gestão do governo federal, porém toda a área de meio ambiente e supressão de vegetação e autorizações é da Semad. Então, faremos nosso papel atuando de forma efetiva”, destaca a secretária.

Equipes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) também foram acionadas. Imagens de satélite produzidas pelo sistema da secretaria comprovam o desmatamento.

A secretária Andréa Vulcanis afirma que os desmatadores se aproveitam do período da pandemia, acreditando na não presença do Estado, bem como das particularidades da vegetação para agir clandestinamente. “São vegetações nativas mais ralas e baixas, cujo desmatamento requer um alto nível de monitoramento pelos satélites e que não são detectados com facilidade. Por isso, as denúncias são essenciais, para que as equipes possam se deslocar até os locais”, conclui.