Neste sábado (26), no programa Sinal Aberto Sábado, trouxe em debate o comportamento de Lázaro Barbosa de Sousa devido a personalidade cruel e perversa com comportamentos psicopáticos e desorganizados. É o que aponta um perfil psicológico baseado no histórico de crimes cometidos pelo homem, que pode ajudar a polícia a prever os próximos passos do fugitivo.

O psiquiatra Clínico e Forense, mestre pela UFG e psiquiatra Forense da Polícia Técnico-Científica, Ciro Vargas, a psicoterapeuta, pesquisadora e professora universitária e idealizadora do “Ser e Tempo Instituto de Psicologia”, Márcia Guimarães Rivas, e o especialista em direito penal e processo penal e mestre em direitos humanos pela UFG, professor da Escola Superior da Advocacia e da Universo, Rodrigo Lustosa, analisaram o comportamento de Lázaro.

Ouça o debate na íntegra:

Segundo o psiquiatra forense Ciro Vargas, determinados casos chamam a atenção da população devido a crueldade dos crimes.

“Existem essas características em vários criminosos, é uma coisa bem comum. Ele cometeu os crimes dele na forma da crueldade, com uma sequencia, que mexe com a população e a faz pensar assim: ‘como o ser humano é capaz disso, como alguém não tem afeto, não pode olhar para o outro'” afirmou Ciro.

Ouça também: PodFalar #143: O fim do empréstimo milionário da prefeitura e a exploração política da caçada a Lázaro

A respeito do comportamento do público diante deste caso, a psicoterapeuta Márcia destacou que a violência pode vir também de pessoas próximas.

“Eu como psicóloga, também encontro muito maldade e a violência em pequenas doses. E costumo dizer que fico preocupada com a violência sutil, aquela que a gente não percebe. A gente encontra essa violência, essa maldade em pessoas próximas”, explicou e comparou o comportamento com o da população: “Vi o caso que um menino elogiou o Lázaro, e mataram ele. Qual a diferença de quem o matou e do Lázaro?” questionou a psicoterapeuta.

Márcia também explicou a importância do tratamento psicológico. “A gente só está querendo pensar na forma dessa justiça ser mais efetiva. A gente sabe o tanto de sociopata que conseguimos curar. Eu acho que o debate é um pouco nesse sentido”, concluiu.

Ciro explicou que o caso de Lázaro é um problema e que não se sabe qual caminho as leis deverão seguir. “É um problema para o direito, que tipo de solução se pode dar. Qual é o tratamento que o direito pode dar a uma pessoa com essas características? Isso é um problema, é alguém que no sistema prisional pode continuar cometendo crime, então o direito tem dificuldade com isso”.

Nesta semana, a foto de um policial com duas vítimas escondidas no mato durante a perseguição viralizou nas redes sociais. Para o especialista em direito penal Rodrigo Lustosa, essa situação é o reflexo da sociedade do espetáculo.

“A espetacularização é o momento que alcança todos nós, eu vejo os meus colegas que vão ao tribunal e fazem selfies, videozinhos do pedaço da audiência e eu fico cansado disso tudo, da exposição. As operações policias, os casos criminais, eles por alguma razão sempre atraíram a atenção do público, que em geral é atraído por isso” disse.

Rodrigou continuou e destacou os esforços dos policiais. “Nossa polícia tem empenhado seus melhores esforços para encontrar alguém cuja prisão é importante. Isso é preciso ser reconhecido, mas acho sinceramente que não é fácil não, nossas forças policiais são muito mais urbanas, já que a violência nas cidades é maior ” concluiu Rodrigo.

O psiquiatra clínico e forense ressaltou o trabalho da psiquiatria diante do comportamento do criminoso e o quanto a mente é complexa, necessitando de análise profunda.

“A psiquiatria tá envolvida em uma série de crimes, esse caso não é diferente e também é fundamental olhar pra esse lado, não quer dizer que ele não será julgado, que ele não sabe o que esta fazendo, isso é uma discussão muito mais complexa do que parece” concluiu Ciro.

Ananda Leonel é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com IPHAC e a Faculdade UniAraguaia, sob supervisão do jornalista Denys de Freitas.