O nível de vazão do Rio Meia Ponte está em 4.168 litros por segundo, o que significa nível Crítico 1, de acordo com os níveis de segurança. O Alto Meia Ponte está há 59 dias sem precipitações segundo os dados são da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Goiás.

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No Debate Super Sábado de hoje (14), o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo) André Amorim e o biólogo, doutor em Biofísica Ambiental e coordenador do curso superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Centro Universitário Internacional (Uninter) Rodrigo Silva, destaca que uma das soluções para a crise hídrica ou crise climática, são as novas tecnologias e o trabalho em conjunto da população para evitar o desperdício de água em Goiás.

Ouça o debate na íntegra:

Devido à ausência de chuva em Goiás, o professor Rodrigo Silva alerta que o momento é de escassez severa de recursos hídricos, e reforça que um racionamento pode acontecer e se estender por tempo indeterminado.

“A gente depende muito do ambiente natural para que isso aconteça, não há previsão para as próximas semanas, nos próximos meses de uma chuva que faça a recarga. Essa estiagem está prevista até o final do ano de 2021 com raríssimas exceções, com algumas chuvas bem pontuais, de 20,30,40 milímetros, chuvas que não resolvem a questão”. .

Em maio deste ano, o governo federal montou uma sala de situação devido às condições hidrológicas para tratar do problema. Com base nessas informações, André Amorim afirma que era possível prever o desabastecimento de água e a ausência das chuvas.

“Sim é possível prever, colocamos na mesa duas tendências, uma crítica e uma mais crítica. Nós temos que nos preparar para uma situação mais grave, temos um problema, e esse problema pode ser agravado para uma situação pior”, alerta o gerente.

Assista o Debate Super Sábado #257 a seguir, a partir de 01:00:00

Sustentabilidade

Segundo Rodrigo, a sustentabilidade pode frear a possibilidade de desabastecimento no Estado de Goiás. Segundo ele, é possível pensar em medidas sustentáveis e aliadas às novas tecnologias, principalmente para quem trabalha na área rural.

“A gente tem que pensar em tecnologia, ela tem que ser aliada do produtor rural, da pessoa que é dona de casa, das pessoas em forma geral. No caso do produtor rural, do pequeno produtor, tem uma importância muito grande pois é quem coloca comida na mesa de todos os dias, ele precisa ser amparado nesse sentido. O desenvolvimento de tecnologia que otimiza o uso da água, e usar o mínimo de água possível para o máximo possível”.

O biólogo ressalta ainda que a população deve contribuir e que o governo federal deveria incluir energias sustentáveis. Para ele, o Brasil está atrasado na comparação com os países da Europa, que já projetam sobre o racionamento. “Apostar nas energias sustentáveis, renováveis é uma solução, mas a gente não tem nenhum projeto pronto de longo prazo”, conclui.

Ananda Leonel é estagiária do Sistema Sagres de Comunicação, em parceria com IPHAC e a Faculdade UniAraguaia, sob supervisão do jornalista Johann Germano.