Após dois anos de intensa investigação, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon), da Polícia Civil, deflagrou nesta terça-feira (20/12), em Jaraguá, a Operação “Piratas do Cerrado”, para dar cumprimento a oito mandados de prisão preventiva e a 11 de busca e apreensão em depósitos, galpões e lojas que comercializavam mercadorias sem nota fiscal e adulteravam os artigos usando etiquetas de marcas famosas. Durante a operação, três pessoas foram presas e uma foi conduzida coercitivamente.

Um veículo usado para a prática delituosa foi apreendido pelos policiais, que apreenderam, também, R$ 27 mil em espécie, 58 folhas de cheques preenchidos, etiquetas, anotações de vendas, celulares e cerca de 25 mil peças de vestuário e calçados sem nota fiscal.

O objetivo da operação, conforme destaca o delegado Webert Leonardo Santos, da Decon, foi coibir a sonegação fiscal, a concorrência desleal em relação aos comerciantes regularizados, associação criminosa, lavagem de dinheiro, crime contra as marcas e patentes e os crimes contra as relações de consumo. Segundo explicou, a Decon instaurou inquérito e passou a monitorar as denúncias que eram feitas, identificando os suspeitos, ao longo desses dois anos. “Só então deflagramos a ação ostensiva para cumprir os mandados deferidos pelo Poder Judiciário”, afirmou.

Coordenada pelo delegado Webert Leonardo, a operação contou com o apoio logístico da 15ª Delegacia Regional de Polícia de Goianésia, que tem como titular o delegado Marco Antônio Zenaide Maia Junior. Participaram, ainda, o GT3, a Delegacia de Polícia de Ceres, a Delegacia de Itapaci, o Grupo de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Gecon) de Anápolis, o Grupo de Capturas e Apoio Operacional (Caop) de Anápolis, a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Goianésia, a Delegacia Municipal de Goianésia e a Delegacia Policial de Pirenópolis.

Segundo o delegado, toda a execução desta ação contou com a parceria do Poder Judiciário de Jaraguá, que reconheceu a importância da operação e disponibilizou espaço para abrigar todos os artigos apreendidos nos 11 estabelecimentos comerciais e depósitos clandestinos. “Foi uma operação extremamente exitosa, tanto nos seus resultados práticos positivos de prisões e apreensões, quanto no seu efeito pedagógico”, declarou o delegado Webert.

Conforme acentuou o coordenador da operação, aqueles que teimam em adulterar artigos de vestuário e vender como se fossem de marcas famosas e, ainda, sem nota fiscal, vão ser alvos de novas operações. “Há várias outras frentes de investigações com a mesma finalidade sendo realizadas no município de Jaraguá que deverão culminar com novas prisões e apreensões”, afirmou.

Ainda de acordo com a polícia, as investigações são aprofundadas a cada denúncia. Uma das linhas de investigação aponta indícios de que até lojas de shoppings estariam introduzindo aos seus estoques produtos fabricados em Jaraguá e adulterados com etiquetas de marcas famosas com a finalidade de obtenção de maior lucro. “É bem variada a forma de agir desses grupos em Jaraguá; alguns têm lojas como fachadas para o negócio clandestino, outros usam apenas galpões e depósitos, inclusive em áreas rurais”, ressaltou.

As peças de roupas apreendidas, no valor aproximado de mais de R$ 1 milhão, ostentavam marcas de renome nacional e internacional, entre elas, a Calvin Klein, Dudalina, Colcci, Diesel, Hollister, Carelli, Fórum, John John, Aleatory, Lacoste, Lança Perfume e outras. Para surpresa dos policiais, grande quantidade de calçados também foi encontrada nos depósitos e apreendidas. Entre eles, tênis etiquetados como se fossem Adidas.

Jaraguá é conhecida como grande polo de confecções que ganhou fama pelos jeans de alta qualidade. Além de peças para adultos, a Decon encontrou nos 11 pontos investigados artigos de vestuário infantil, entre elas, os da marca Lilica Ripilica. O comércio de artigos com marcas adulteradas abastece, segundo o delegado da Decon, Webert Leonardo, os mercados clandestinos em Goiânia, principalmente na Bernardo Sayão e na 44, as cidades do interior do estado, além de Tocantins, Pará, Minas Gerais e São Paulo. Há indícios de que países da América do Sul, entre eles a Bolívia e o Paraguai, também recebem artigos de vestuário de Jaraguá.

Informações da Assessoria